População interiorana de MT acha que pode ficar vulnerável com deslocamento de policiais para a Capital durante o Mundial
A vinda de policiais de outras cidades para compor as forças de Segurança em Cuiabá durante a Copa do Mundo causa preocupação no interior. O medo é que cidades já vulneráveis fiquem ainda mais desguarnecidas de segurança. Ontem o Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil do Estado (Siagespoc) se posicionou contra o envio de homens.
Ao todo, 160 pessoas, entre investigadores e escrivães, deverão chegar à capital até o próximo dia 9. Em Colíder (650 km de Cuiabá), a Justiça proibiu que o Estado retire da cidade qualquer policial militar para atuar na Capital, além de determinar o remanejamento de 10 PMs para o município.
O presidente do Siagespoc, Aníbal Marcondes, explicou que a medida visa resolver os possíveis problemas na segurança da capital, mas que por outro lado, deixa o interior descoberto. “Já enviamos um documento para saber como será a atuação desses profissionais, bem como alojamento, logística e escala de serviço. O que nos preocupa é a quantidade de efetivo que vai sobrar para atuar no interior”, disse o presidente, ressaltando que o número já é defasado.
Segundo Marcondes, atualmente o interior conta com apenas 40% do efetivo necessário. “Estamos esperando a resposta do Estado quanto a essas dúvidas. A Polícia Civil já tem um déficit de 3 mil servidores no interior”, disse, relatando que aproximadamente 160 pessoas estão escaladas para atuar durante a Copa em Cuiabá.
O Diário entrou em contato com o cabo da Polícia Militar Adão Martins, da Associação dos Cabos e Soldados da PM, e ele informou que após uma reunião foi decidido que nenhum militar virá do interior. A reportagem tentou checar a informação com a PM, mas a assessoria de imprensa informou que não irá se posicionar sobre o assunto.
No final da manhã de ontem, o juiz Alexandre Sócrates Mendes, da comarca de Colíder, determinou que o Estado remaneje ou lote 10 policiais militares para a cidade a fim de contemplar o mínimo de 21 profissionais em exercício. Também proibiu a retirada de qualquer integrante do efetivo para atuar em Cuiabá durante a Copa, sob pena de multa no valor de R$ 10 mil por policial desviado. O valor também será aplicado sobre o secretário de Segurança Pública do Estado e o comandante-geral da PM.
Segundo o juiz, a falta de contingente adequado de policiais militares contribui para uma progressiva perda na qualidade do policiamento ostensivo, ocasionando em rondas insuficientes e policiais fisicamente esgotados e predispostos a realizarem suas obrigações. Atualmente, Colíder conta com 14 policiais.
Uma coletiva de imprensa está prevista para acontecer nesta semana, na qual o secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, irá informar sobre os direcionamentos do setor durante os jogos da Copa do Mundo.
YURI RAMIRES
Da Reportagem Diário de Cuiabá
Da Reportagem Diário de Cuiabá