Turistas ignoram obras e elogiam receptividade cuiabana

Para chilenos e australianos, o que fica, além do calor, é a simpatia e não as obras

O Brasil soube que seria sede da Copa do Mundo em 2007. Mato Grosso, por sua vez, comemorou a escolha de sua Capital como uma das 12 cidades-sede dois anos depois. 

Desde o anúncio, Cuiabá apareceu como o “patinho feio”: a menor das cidades, com parca infraestrutura e uma das mais distantes, quando comparada, principalmente, à região Sudeste. 

A Capital também passou pela discrepância da imagem vendida ao ser escolhida sede e da imagem final, até a estreia do Mundial, na última quinta-feira (12): das 56 obras prometidas pelo Governo do Estado, apenas 19 foram entregues, sendo que, destas, algumas sequer estão 100% prontas. 

É o caso, por exemplo, do Viaduto da UFMT, na Avenida Fernando Correa, em que a entrega total envolve também o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), sem previsão de finalização na via. 

Para os turistas que chegaram na última semana, no entanto, a imagem de Cuiabá não é de uma cidade “estranha”, como reportagem nacional do site UOL citou, no início deste mês, ou desqualificada para receber um evento internacional, como veículos internacionais apresentaram ao mundo desde o começo do ano.

Com cerca de 20 mil chilenos e aproximadamente quatro mil australianos para a primeira partida oficial da Copa do Pantanal, a Capital foi tomada pela “marea roja” dos entusiasmados sul-americanos e por uma pequena onda tímida e amarela dos representantes da Austrália. 

Diferentes culturalmente, o futebol uniu os torcedores dos dois países em favor do Brasil, no jogo contra a Croácia, no dia 12, e também nos elogios à Mato Grosso. 

“Vim com meu pai e meu irmão e estamos achando a cidade muito bonita, as pessoas muito amáveis e sempre prontas a ajudar”, disse o estudante Vitor Gonçalo, durante jogo de abertura. 

Também no local, um grupo chileno que chegou em um dos ônibus da caravana de quase mil veículos, elogiava a localização geográfica e a simpatia cuiabana. 

“Nós cruzamos por seis dias parte da América do Sul pra chegar até aqui e não nos arrependemos de nada. Faríamos tudo de novo, mesmo porque Cuiabá está mais próxima do Chile que os outros lugares”, disse Jorge Gonzales, que ainda fará o Rio de Janeiro-São Paulo-Santiago

“Estamos encantados com a hospitalidade cuiabana e com a simpatia, é como se estivéssemos no Chile e espero que na próxima cidade, seja a mesma festa”, completou. 

Afiado com os pontos turísticos, o australiano Mark August, disse que não se importou em viajar 23 horas até São Paulo para assistir ao jogo de seu país contra o Chile. 

“Li bastante sobre e me interessei pela cidade e, principalmente, pelos locais próximos. Vou a Chapada dos Guimarães e, se tivesse tempo, iria ao Pantanal”, afirmou.

Um outro grupo, na quinta-feira (12) ainda pela manhã, comparou Cuiabá com outras cidades brasileiras como Rio de Janeiro e São Paulo, mas colocou a mato-grossense em primeiro lugar.

“Vimos que Cuiabá era a menor dentre todas e que o clima era quente, porém relativamente agradável. Na Austrália também faz muito calor. Além disso, por ser menor, sabíamos que teríamos menos problemas e ficamos surpreso com a infraestrutura que a cidade nos recebeu e como as pessoas estão sendo educadas”, garantiu Sean Camaron.

ISA SOUSA - Redação Mídia News