Ex-titular da Pasta de Infraestrutura do Estado, Vilceu Marchetti foi morto com dois tiros na cabeça, em sua fazenda na região de Barão
O ex-secretário de Infraestrutura do Estado, Vilceu Marchetti, foi assassinado ontem à noite em sua fazenda, em Barão de Melgaço. A informação foi confirmada tanto pela Polícia Civil quanto por fontes do governo.
Segundo informações das duas fontes, Marchetti foi morto na fazenda Mar Azul, com dois tiros na cabeça. Ontem à noite, policiais ainda tentavam chegar ao local.
Por volta das 21 horas, uma equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) se deslocou para a região a fim de iniciar as investigações.
O crime teria sido comunicado às autoridades pelo filho de Marchetti, que teria recebido uma ligação telefônica da região. O corpo foi encontrado por um vizinho, que correu para o local ao ouvir os disparos. Suspeita-se que o assassinato tenha sido cometido por dois homens.
Marchetti havia chegado à fazenda ontem mesmo, uma vez que ele foi visto pela manhã em Cuiabá. Segundo amigos ouvidos pela reportagem, o ex-secretário passava a maior tempo na região de Barão, onde também é sócio de uma outra fazenda, a Pantanal.
Fontes da Segurança Pública não quiseram comentar a respeito de eventuais motivações para o crime. Mas as principais hipóteses são latrocínio (roubo seguido de morte) e execução. No início do mês, a fazenda já havia sido invadida por ladrões.
Marchetti comandou a Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) no governo de Blairo Maggi (PR) entre 2005 e 2010. Iniciou sua carreira política como prefeito de Primavera do Leste na década de 90. Ele também presidiu a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).
O ex-secretário foi um dos principais implicados no chamado “escândalo dos maquinários”, um caso de superfaturamento na compra de equipamentos para municípios que teria dado um prejuízo de R$ 44 milhões aos cofres do Estado.
Em março deste ano, a Justiça Federal condenou Marchetti e o ex-secretário de Administração Geraldo de Vitto pelo desvio. Os dois foram condenados a pagar multa tiveram os direitos políticos suspensos por cinco anos. Além disso, o magistrado determinou que De Vitto, Marchetti e as empresas envolvidas no caso teriam que devolver aos cofres públicos os R$ 44 milhões desviados.
Desde que deixou o governo em meio ao escândalo, Marchetti preferiu se manter afastado da política, dando atenção aos seus negócios. Além da fazenda Mar Azul I, II, III e IV, ele também era dono de outras fazendas em Barão e General Carneiro.
Em 20 de maio, o secretário esteve de novo às voltas com a Justiça. Naquele dia, quando foi deflagrada a quinta fase da operação Ararath, policiais federais realizaram buscas em sua casa, em Primavera do Leste. O envolvimento em dois escândalos recentes reforça a tese de que ele pode ter sido vítima de queima de arquivo.
THAISA PIMPÃO
Da Reportagem Diário de Cuiabá