"Isso não é caixa-preta nem devassa; é cumprimento da lei"

Governador eleito defende que "investigações" são necessárias para conhecer a realidade de cada pasta

O governador eleito Pedro Taques (PDT) negou, nesta semana, que esteja fazendo uma “devassa” nos contratos firmados durante a gestão do atual governador Silval Barbosa (PMDB).

Entre as recomendações feitas pelo pedetista aos secretários de Infraestrutura, Marcelo Duarte, e Desenvolvimento Econômico, Seneri Paludo, estão a auditoria dos contratos de obras em andamento e a investigação dos incentivos fiscais, respectivamente.

Segundo Taques, as “investigações” são necessárias para o conhecimento da situação de cada pasta.

“Não estou falando em caixa-preta, não estou falando em devassa. Estou falando de cumprimento da lei. A Lei de Responsabilidade Fiscal determina isso. Além disso, recebi uma notificação

“O governador Silval Barbosa também recebeu essa notificação. Preciso fazer uma análise dos contratos e faremos isso. Então, não estou querendo condenar ninguém. Isso não é devassa, é cumprimento da lei”, completou Taques.

O governador eleito disse, ainda, que seu objetivo não é focar nas próximas eleições, mas pensar de maneira “estratégica” para promover o desenvolvimento do Estado.

“Nós precisamos entender que Mato Grosso cresce, e muito, mas os modais de transporte, rodoviário, ferroviário, hidroviário e aeroportuário, precisam de um tratamento diferenciado para que possamos produzir mais e exportar mais”, disse.

Dívida

Taques não quis comentar sobre um suposto déficit de R$ 1,2 bilhão apontado pela sua equipe de transição.

Na última semana, Silval negou a dívida e afirmou que seu futuro sucessor receberá o comando do Estado com "pouco mais" de R$ 1 bilhão para administrar.

“Faremos uma audiência pública e convocaremos a imprensa. Só falta terminar os trabalhos internos. Aí iremos apresentar à sociedade. Como diz o ditado, não há melhor detergente que a luz do sol”, afirmou.

Agência de turismo

Segundo Taques, as últimas pastas ainda estão em estudos. Entre elas está a de Turismo, que foi integrada à pasta de Desenvolvimento Econômico.

“Existem pessoas que entendem que a secretaria de Turismo precisaria de uma agência, como ocorre em São Paulo e em Goiás. Nós temos uma reunião marcada com o Caio Carvalho, da agência de turismo paulista, e vamos debater isso”, disse.

De acordo com Taques, a agência deve se chamar MT-Turis.

“Estamos pensando nisso junto com a fundação Dom Cabral, e o secretário Seneri Paludo ajudará nessa construção”, afirmou.

Antes de fechar as pastas, Taques continua debatendo com a equipe de transição o melhor modelo para o Estado.

Segundo ele, as mudanças vêm enfrentando “resistência” de alguns deputados.

“Alguns deputados entendem que poderia ser feita outra construção dentro das secretarias. Estamos discutindo entre amigos, mas entendo que o momento é de cortar gastos, combater a corrupção e fazer com que o Estado seja mais ético e mais eficiente. É isso que estamos fazendo”, concluiu.

DOUGLAS TRIELLI 
Redação Mídia News