Pagot defende que Taques enfrente setores para fazer cortes

O ex-diretor geral do DNIT, Luiz Antônio
Pagot, que defendeu os possíveis cortes
na gestão de Taques
Ele negou, ainda, que irá assumir cargo no Palácio Paiaguás, na nova gestão

O ex-diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e um dos principais coordenadores da campanha vitoriosa de Pedro Taques (PDT), Luiz Antônio Pagot (PTB), defendeu a extinção de secretarias no próximo Governo.

Para ele, que assumiu a pasta de Transportes na primeira gestão de Blairo Maggi (PR), Taques terá que fazer um “duro enfrentamento” já no início do mandato.

“Acredito que, assim que o Taques assumir, o Estado vai ter que fazer um enfrentamento, até porque estamos entrando em um período difícil, com custeio elevado. Então, há que se fazer um enfrentamento enérgico, senão eles terão muitas dificuldades na administração”, disse.

De acordo com Pagot, na época do primeiro mandato de Blairo, um estudo comandado por ele demonstrou que o Governo poderia ser tocado com até sete secretarias. 

“Eu fiz um grande estudo sobre isso na administração do Blairo Maggi, quando ele se elegeu pela primeira vez. E a previsão era de ter somente sete secretarias e os demais setores iriam ser trabalhados com gerência. Teríamos uma máquina bem mais enxuta, mais leve, com menos custeio o que traria mais resultados”, disse.

Pagot acredita que ter uma secretaria não basta para que os setores sejam bem desenvolvidos. Como exemplo ele citou o caso da Cultura.

“Não é tendo uma secretaria que vão se resolver os investimentos nessas áreas. Esses investimentos têm que ser feitos de maneira planejada, consistente, para que as coisas aconteçam. E se você tem um órgão inchado, gasta muito dinheiro para chegar na ponta”, afirmou.

“O que se gasta na atividade meio é imensamente superior ao que chega na ponta e efetivamente é aplicado. Então, é muito mais fácil não ter essas atividades meio para garantir os recursos na ponta. Muitas vezes, se tem uma bela secretaria, mas sem resultado. A de Cultura que o diga”, disse.

Comissionados

Pagot, no entanto, divergiu quando o assunto é cargos comissionados, setor que deve ter demissões, segundo o coordenador de transição governamental, Otaviano PIvetta (PDT).

Segundo Pagot, hoje, a maioria dos comissionados são servidores de carreira.

“Essa questão foi muito mal explicada. Se você olhar o quadro de comissionados, a maioria absoluta é de os funcionários de carreira, que são transferidos para condição de comissionados. Então, a realidade é outra”, disse.

“Tem que analisar bem essa questão, porque o Estado mantém bem todas as pessoas que precisa para tocar a máquina. O problema não está no comissionado, o problema está no gigantismo do Estado”, afirmou.

Futuro secretário

Luiz Antonio Pagot negou os comentários, ventilados nos bastidores, de que assumiria uma das pastas na gestão de Taques.

Para ele, ser secretário iria tomar todo o seu tempo.

“Tem muito gente de qualidade em Mato Grosso, principalmente para a área de logística. Eu vejo muita dificuldade de assumir qualquer compromisso desse porte, por conta dos meus compromissos e os contratos que tenho. Inclusive, deixei de ser candidato por conta disso, porque ficou impossível de conciliar, não consegui fazer as duas coisas ao mesmo tempo”, afirmou.

DOUGLAS TRIELLI
Redação Mídia News