ABANDONO - Senador diz que votará contra Dilma Rousseff

Wellington Fagundes (PR), que chegou a ser convidado para ser líder do governo Dilma no Senado, diz que seguirá a vontade da população

Em discurso na tribuna do Senado, o senador Wellington Fagundes (PR) anunciou que é que é favorável à aceitação do processo de impeachment da presidente da República Dilma Rousseff (PT), no Senado Federal. 

O republicano é um dos vice-líderes do governo federal e integra a comissão especial que irá analisar a admissibilidade de afastamento da presidente por 180 dias. 

“Vamos votar, sim, pela admissibilidade, porque politicamente o país já está maduro para isso. A população se manifestou e, felizmente, não tivemos nenhum incidente”, declarou. 

Nos últimos meses, o senador mato-grossense foi considerado voto contrário ao impeachment, o que o levou a ser cobrado publicamente pelo MBL (Movimento Brasil Livre), que espalhou outdoor em Cuiabá e municípios do interior cobrando uma posição favorável do parlamentar. 

Caso a admissibilidade seja aprovada pelo Senado, a presidente será afastada por até 180 dias, enquanto o Senado investiga e julga se Dilma cometeu ou não crime de responsabilidade fiscal durante a sua gestão em 2015. 

Fagundes, no entanto, ainda não se posicionou em relação a uma possível condenação de Dilma. 

Apesar do voto favorável para o Senado apreciar o impeachment, o senador disse que não irá aceitar qualquer tipo de pressão para se manifestar em relação ao mérito do processo. 

“Não vou aqui me submeter às pressões daqueles que querem a antecipação do voto, até porque seremos julgadores. O juiz não pode antecipar o seu voto”, afirmou. 

Ao mesmo tempo, defendeu que o processo caminhe com celeridade no Senado. 

“Nós temos pressa porque esse processo não pode ficar perdurando e a população na incerteza. O cidadão que está desempregado quer uma solução para este país. Então, acredito que, dentro de uma semana, estaremos votando (a admissibilidade)”, disse ele. 

O senador mato-grossense José Medeiros (PSD) também irá integrar a comissão especial no Senado. 

A definição por Wellington foi feita pelo bloco Moderador, composto pelos partidos PTB, PR, PSC, PRB e PTC, que tem direito a duas vagas. 

Já no caso de Medeiros, a definição é do bloco composto por PSD e PP, chamado Democracia Progressista. 

A comissão já está completa, com 21 titulares e o mesmo número de suplentes. 

A formação será colocada a voto no Plenário do Senado na próxima segunda-feira (25). 

Aprovada a comissão, caberá ao senador mais velho convocar a primeira reunião, na qual serão eleitos o presidente e o relator. O PMDB, por ser a maior bancada no Senado, tem direito de escolher o presidente. Ao PSDB, segunda maior bancada, cabe a indicação do relator. 

Fonte: RAFAEL COSTA
Reportagem Diário de Cuiabá