Negociações para distribuição de gás e compra de ureia avançam

A compra de ureia que será produzida na Bolívia e o fornecimento do gás boliviano para Mato Grosso foram discutidos pelo governador Pedro Taques e o ministro de Hidrocarburetos da Bolívia, Luis Alberto Sánchez, durante reunião realizada em Santa Cruz de la Sierra. Com o objetivo de agilizar as negociações, uma delegação boliviana deve visitar Mato Grosso na próxima semana para iniciar os estudos de parceria para fornecimento do gás.

No encontro, que foi realizado na sexta-feira (14.07), o governador destacou ao ministro o interesse de Mato Grosso para que a empresa boliviana de captação e fornecimento de gás, a YPFB, presidida por Óscar Barriga Ortega, possa se tornar sócia do MT Gás. Segundo Taques, a parceria depende de questões legais que estão sendo estudadas pelos dois Governos.

Durante o encontro, Pedro Taques ligou para o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, para tratar a questão. Isso porque o Governo Boliviano busca saber o quanto de gás a Petrobrás deve comprar a partir de 2019. A empresa brasileira tem prioridade na compra do gás boliviano, mas deve diminuir a compra em razão de investimento em plantas de gás no Brasil.

“O contrato firme depende da Petrobrás. Para isso, já conversamos durante a reunião com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e com o presidente da Petrobrás e faremos um seminário em Cuiabá no dia 08 de agosto para tratarmos disso”, afirmou o governador.

Enquanto isso, o ministro Luis Sánchez e o presidente da YPFB, Oscar Ortega, vão estudar a legalidade da sociedade com a empresa mato-grossense, mas de antemão destacaram que a parceria é de interesse do presidente da Bolívia, Evo Morales, que já havia declarado isso em maio deste ano, durante reunião com o governador Pedro Taques e o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja.

Além de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul também manifestaram interesse e manter contrato com a YPFB para o fornecimento do gás. Mato Grosso pleiteia a importação de quatro milhões de metros cúbicos, por dia, do gás boliviano. A Bolívia tem uma produção de 58 milhões de metros cúbicos por dia, por meio da empresa estatal YPFB. Destes, a maior parte é comprada pela Petrobrás, cerca de 30 milhões de metros cúbicos por dia.

Ureia

Além do gás, o governador destacou ao ministro e ao presidente da estatal boliviana que os produtores de Mato Grosso continuam com interesse na compra da ureia que será produzida em Bulo Bulo, cidade localizada no Departamento Autônomo de Cochabamba. Entretanto, destacou a necessidade de pavimentação dos 315 quilômetros da rodovia que liga a cidade de San Matias (fronteira com Cáceres) a San Ignácio de Velasco.

Taques ressaltou que sem a pavimentação o custo da ureia seria elevado, tendo em vista os mais de 700 quilômetros do desvio que caminhões de transporte deverão fazer para chegar a Mato Grosso. Mais cedo, o ministro de Obras Públicas, Serviços e Habitação, Milton Claros, anunciou os estudos para a pavimentação do trecho. Segundo ele, a obras constam no plano de governo de Evo e será executada pela gestão.

“Importamos da Rússia boa parte da ureia e temos interesse de adquirir o fertilizante produzido na Bolívia. Mato Grosso consume mais de 600 mil toneladas, que será a capacidade de produção da planta boliviana. Somos responsáveis por mais de 25% da produção nacional, é muita coisa. Somos o maior produtor de milho, soja e algodão do Brasil”, afirmou.

Por Thiago Andrade | Gcom-MT