EDUCAÇÃO - Deficit nas contas da UFMT atinge R$ 14 milhões

A crise financeira enfrentada pelas instituições federais de todo país foi assunto de reunião na Andifes

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) recebeu menos de 5% dos R$ 15 milhões aprovados pelo Congresso Nacional para executar o seu capital, que corresponde ao recurso usado para realização de obras e aquisição de equipamentos. Até o fim do ano, a instituição federal precisará de pelo menos R$ 14 milhões para cumprir os compromissos financeiros. Porém, a reitora Myrian Serra, garante que a atividade acadêmica será mantida. 

A crise financeira pela qual passa as instituições federais de todo país foi discutida em uma reunião, com as presenças de reitores das universidades, na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Conforme Myrian Serra, durante o encontro ficou a certeza de que é preciso convocar a sociedade e as bancadas federal e estadual para tentar sensibilizar o Ministério da Educação (MEC) para liberação de 100% dos recursos aprovados pelo Congresso Nacional. "E para sinalizar às universidades que terão orçamento de capital para investimento em obras e equipamentos que até (ante) ontem não foi anunciado às instituições", frisou. 

Isso significa dizer que ainda não há certeza de zerar o déficit. "Na verdade, nós poderemos exercer até o fim deste ano o pagamento alternado dos fornecedores da universidade, mas o que lutamos nesse momento é para que possamos honrar os nossos compromissos em dia. Então, tendo os R$ 14 milhões conseguiremos pagar 100% do planejamento feito para esse ano", frisou. 

Com o contingenciamento, a realidade da administração é escolher despesas que serão pagas, já que os recursos são insuficientes para cobrir todas as obrigações. Conforme a reitora, desde 2014, as federais vêm enfrentando redução de recursos. "Para se ter uma ideia esse ano, nós (UFMT), recebemos apenas 50% de investimento se comparado ao do ano passado. Esses 50%, no mês de janeiro, também foram contingenciados em 50% e, até o mês de agosto, recebemos apenas 45% desses 50% contingenciados", explicou. 

Em números, em 2016, a UFMT teve 30 milhões de investimento. Já para esse ano, estão previstos R$ 15 milhões. Contudo, a UFMT não recebeu nem R$ 5 milhões para executar o capital relacionado a obra e equipamentos. Além disso, enfrenta a redução de custeio, verba usada para manutenção da universidade. "Nós, estamos fazendo a gestão junto ao pró-reitor administrativo em honrar os nossos compromissos, mas mesmo diante desta crise destaco que não deve haver uma preocupação generalizada por que nós vamos honrar nossos compromissos, mas se não vier todo o recurso não será em dia", frisou.

Porém, Serra garante que não haverá fechamento de unidades ou que faltará dinheiro para manter às aulas. "Desde o ano passado, nós priorizamos a atividade acadêmica, que será mantida desde ensino, pesquisa à extensão, mas dentro da limitação do orçamento", afirmou. "Além disso, a universidade está fazendo muitas ações e avanços", acrescentou. 

Entre elas, ela cita a abertura de concurso público para contratação de técnicos da UFMT. Já para setembro próximo, está previsto o lançamento de mais um certame para contratação de 100 professores. "Está havendo muita aposentadoria. Os servidores públicos estão de certa forma temerosos com o que pode acontecer com a Reforma da Previdência e, desde janeiro até agora, subiu muito o número de aposentados nas universidades". 

Outra medida é a implantação do protocolo virtual. "A partir de 04 de setembro, a UFMT vai implantar o SEI, que é um sistema do Governo Federal. Com isso, estudantes, professores e técnicos entrarão com suas senhas no computador para gerar processos na UFMT", destacou. 

CONCURSO - O concurso público para contratação de técnicos administrativos em Educação oferece 52 vagas para os campus da Capital e do interior. Do total, são 37 vagas para nível superior, das quais oito para negros e uma para pessoa com deficiência (PCD), dez para nível médio, das quais duas para negros, e duas para PCD, e cinco para nível fundamental completo. As vagas serão distribuídas entre os campus de Cuiabá (37 vagas), Várzea Grande (quatro vagas), Araguaia - unidade de Barra do Garças (sete vagas), Rondonópolis (três vagas) e de Sinop (uma vaga). 

O período de inscrições pagas (sem isenção do pagamento da taxa de inscrição) será das 8 horas do dia 28 de agosto de 2017 até às 23h59 do dia 17 de setembro próximo. As inscrições com solicitação de isenção do pagamento da taxa serão das 8 horas do dia 28 de agosto de 2017 até às 23h59 do dia 30 de agosto de 2017, somente via internet, pelo endereço eletrônico www.ufmt.br/concursos. 

A taxa de inscrição é de R$ 90 para cargos de nível superior, de R$ 70 para cargos de nível médio, e de R$ 55 para os cargos de nível fundamental. A isenção da taxa de inscrição será concedida ao candidato que estiver inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e for membro de família de baixa renda. 

As inscrições deferidas e os locais de realização das provas objetivas serão divulgados a partir do dia 9 de outubro deste ano na página da UFMT. 

JOANICE DE DEUS
Reportagem Diário de Cuiabá