SAÚDE - Especialistas explicam como ocorrem os tumores que acometeram Bruno Covas e Eva Wilma

No último final de semana duas mortes chamaram atenção do país pelo fato de não estarem relacionadas ao coronavírus. O câncer foi o responsável pela morte do então prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que faleceu por conta do câncer gástrico com 41 anos, e da atriz Eva Wilma, que tinha 87 anos e foi acometida de câncer de ovário. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em média 230 mil pessoas são diagnosticadas com câncer no Brasil todos os anos.

O médico Tiago Cerzósimo de Oliveira, oncologista clínico no Hospital São Mateus, em Cuiabá, explica que o câncer gástrico pode ser provocado por diversos fatores como obesidade, consumo de álcool, tabagismo, consumo excessivo de alimentos salgados ou conservados em sal. Esse tipo de câncer também pode ser provocado pela bactéria Helicobacterpylori, conhecida como H. pylori, que vive no estômago.

Outros fatores que podem provocar o câncer estão relacionados com a falta de saneamento adequado da água, além de exposição à radiação ionizante como acontece com pacientes que passaram por radioterapia ou que trabalham com radiação e acabam tendo o risco de câncer aumentado. O especialista explica que não existe um único sintoma que possa dar indícios de que a pessoa possa estar com câncer de estômago.

“Geralmente ocorre uma fadiga, uma diminuição de apetite, uma plenitude pós prandial – que é a sensação de estômago cheio, vômito, náusea, desconforto abdominal, queimação, dor na região do estômago, e até sangramento, que é mais raro”. Tiago explica que não existe um protocolo definido para o câncer de estômago, mas a prevenção deve alinhar a eliminação de fatores de risco como obesidade, tabagismo e etilismo (consumo de bebida alcoólica), e caso a pessoa tenha essas predisposições fazer a endoscopia a cada um ou dois anos.

Quanto ao tratamento, o câncer gástrico, que anualmente acomete em média 21 mil pessoas no Brasil, pode ser tratado com cirurgia na fase inicial, com quimioterapia seguida de cirurgia no estágio intermediário. No estágio mais avançado, quando já existe um quadro de metástases, os tratamentos utilizados são quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e cuidados paliativos.

Câncer de ovário

O câncer de ovário, que deu fim à trajetória da atriz Eva Wilma, também acomete em média sete mil mulheres todos os anos no Brasil. O especialista Alessandro Campos, que também é diretor médico do Hospital São Mateus, em Cuiabá, explica que o câncer de ovário na fase inicial não costuma causar sintomas específicos.

“Na medida em que o tumor vai crescendo ele pode causar o aumento do volume abdominal, desconforto, indigestão, náuseas, constipação, empachamento, fadiga e perda de peso”, esclarece.

Campos ressalta que o câncer de ovário também não tem uma causa específica, mas alguns fatores podem colaborar com o desenvolvimento da doença, e nesse caso a maioria dos riscos estão ligados ao sistema ginecológico como a infertilidade, mulheres que nunca engravidaram ou que tiveram a primeira menstruação antes dos 12 anos e aquelas que tiveram menopausa tardia, ou seja, após os 52 anos de idade, além de mutações genéticas específicas.

“A prevenção deve se dar em cima dos fatores de risco conforme citado, prática de atividade física, dieta saudável, manutenção do peso corporal adequado e o acompanhamento ginecológico regular uma vez por ano ou conforme a orientação do seu médico”, pontua.

Quanto ao tratamento, o câncer de ovário também pode ser tratado com cirurgia, quimioterapia e terapia alvo molecular, dependendo do estágio da doença ao diagnóstico, condições clínicas da paciente, idade e os problemas de saúde associados, podendo assim determinar o tratamento de maneira individualizada.

Serviço

O Hospital São Mateus está com um novo serviço de atendimento. A partir de agora os agendamentos de consultas podem ser feitos pelo telefone 0800 841 4141, além do telefone (65) 3051-2347/ 99688-7691 e pelo site: hmsm.com.br.

Fonte: Redação ZF Press