Mães encontram no artesanato fonte de renda durante a pandemia

O estudo Estatísticas de Gênero – indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgado pelo IBGE, atualizados em abril deste ano, aponta para um movimento de saída das mães do mercado de trabalho na pandemia. Segundo os dados, o nível de ocupação de mulheres de 25 a 49 anos com crianças de até três anos em casa é de 54,6%, enquanto o das que vivem em domicílios sem crianças nessa faixa etária é 67,2%.

“Podemos observar que a presença de crianças nesta faixa etária nos domicílios reduz o nível de ocupação das mulheres. Tal comportamento sugere que a existência de uma oferta adequada de creches possa contribuir para o crescimento da ocupação das mulheres no mercado de trabalho. O maior compartilhamento entre homens e mulheres dos cuidados e afazeres domésticos também é outro fator importante para a ampliação da autonomia das mulheres no mercado de trabalho”, destacou André Simões, analista responsável pelo estudo.

A confecção de peças em feltro é a atividade que ajudou Cristiane Pintor a suportar o período de isolamento, virou fonte de renda e ganhou um espaço na casa da família, “um pequeno ateliê, onde faço os trabalhos e vendo pelo Instagram”.

“Faço peças para decoração de festa, personagens, centro de mesa, bonecos personalizados”, lista. Por causa da proibição de aglomerações, a procura maior tem sido por bonecos de profissões. Além disso, há demanda por decorações para bebê, porta maternidade e lembrancinhas.

No caso dos bonecos de profissão, que trazem as características da pessoa a ser presenteada, cada unidade na faixa de R$ 95 reais. Bonecos para festa junina, o casal, R$ 130. Já o porta maternidade custa em média R$ 140, dependendo do modelo e medida.

“Comecei o que faço por causa da pandemia. Apesar das dificuldades que ela vem trazendo para o mundo, as pessoas não querem deixar de comemorar seja um aniversário, um nascimento, uma formatura. Não importa se o evento é grande ou pequeno, as pessoas sempre estão buscando algo para decorar uma festinha em casa, o quartinho do bebê que nasceu, presentear alguém que se formou então sempre tem trabalho”, analisa Cristiane.

Ketholy Oliveira, 27 anos, mãe de um menino, deixou o emprego no qual atuava como contadora para acompanhar a primeira infância do filho. Nascido na pandemia, recentemente o pequeno completou um ano de vida da loja virtual de peças em crochê.

“Comecei em janeiro, mas as vendas ocorrem mais entre conhecidos, estou construindo o portfólio agora, mas já recebo encomendas. Meus principais produtos, hoje, são moda praia, bolsas, roupas infantis e assessórios para casa”, explica Ketholy.

A arte de crochetar foi repassada pela avó, quando Ketholy tinha seus 10 anos. Atualmente, a empreendedora aposta na produção de peças em crochê moderno. “Antigamente o crochê era ligado a coisa de vô, mas há um movimento de mudanças na produção em que usamos a mesma técnica de pontos para confeccionar um modelo de roupa, só com adaptações”, explica.

As peças confeccionadas por Ketholy são vendidas a partir de R$ 80, dependendo do modelo e quantidade de linha usada. Já as bolsas são comercializadas por preços a partir de R$ 50.

As peças são comercializadas pelas redes sociais e por telefone. Mais informações:

Ketholy: @crocheporketholy / (65) 996798471
Cristiane: @decoreart_vg
Texto: Priscila Silva

Fonte: O Estadão MT
Enviado por Stephanie Romero - 220 Assessoria de Imprensa