Wellington defende programa para refinanciar dívidas de estudantes no FIES

Relator do Orçamento da Educação para 2022, senador diz que MEC será a pasta mais importante do pós-pandemia

Após três dias de agenda com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por quatro cidades de Mato Grosso, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) anunciou estudos para discutir com o Governo um projeto destinado a refinanciar dívidas de estudantes com o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). A notícia foi divulgada nesta segunda-feira (04) pelo jornal “Valor Econômico”.

“Esta será a pasta mais importante pós-pandemia. A educação pode trazer esperança a muitos órfãos e pessoas traumatizadas” - declarou o senador mato-grossense ao jornal. O assunto deve ser debatido também na Comissão de Educação do Senado nesta semana e na Comissão Mista do Orçamento do Congresso Nacional.

Em junho deste ano, de 1.996.082 contratos já na fase de pagamento da dívida, 1.040.484 (52,1% do total) tiveram atraso de mais de 90 dias nas prestações, segundo dados divulgados semestralmente pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O saldo devedor desses contratos em fase de pagamento é de R$ 71,9 bilhões, mas o montante que já deveria ser pago e que está em atraso era de R$ 6,6 bilhões em junho.

“Estamos caminhando para o controle de uma pandemia que afetou a todos, indistintamente. Com os estudantes beneficiários do FIES não foi diferente. O Congresso criou inúmeras linhas de crédito para auxiliar na manutenção do emprego e creio que não faltará a essa grande demanda de estudantes que estão em dificuldades” – salientou Fagundes.

Alexandre Mori, gerente de financiamentos do Instituto Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior, considera também que “seria fundamental que tivesse de novo uma renegociação, tirando juros, mas que entendesse que essa entrada à vista teria que ser diferente.

O jornal “Valor” lembra em sua reportagem que a última vez que a inadimplência do Fies entrou na pauta federal foi em 2019, quando o governo abriu uma espécie de “Refis” do programa. A iniciativa, no entanto, não vingou como o esperado. O motivo é que, naquela ocasião, o governo resolveu impor o pagamento de uma “entrada” no ato do refinanciamento da dívida, o que teria afastado boa parte dos beneficiários do programa.

Além de defender estudos para isentar os inadimplentes de juros e correção, Wellington Fagundes, que é relator do Orçamento de 2022 para a Educação, deve trabalhar para a retomada de 4 mil obras paradas de creches e escolas. As reformas, conforme o jornal, são importantes, principalmente, para a retomada das aulas presenciais, que precisam garantir segurança para os alunos.

Da Assessoria