Gisela Cardoso participa do programa Roda de Entrevista da TV Cultura

Segunda mulher advogada a presidir a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Gisela Cardoso foi a entrevistada na noite desta quinta-feira (21) do programa Roda de Entrevista da TV Cultura.

Sabatinada ao vivo por jornalistas e advogados, ressaltou o papel da OAB-MT na vigorosa defesa da Advocacia e como importante voz da sociedade.

Ela falou sobre a acirrada disputa eleitoral pela Ordem, a ascensão da mulher ao poder, os desafios da jovem advocacia, os rigores sanitários na pandemia e o déficit de juízes no Estado, impactando na prestação jurisdicional.

ELEIÇÕES OAB-MT 2021

“Desde o início sabíamos que seria uma eleição difícil, diante do cenário da pandemia. O discurso de oposição é sedutor. Mas graças a Deus tivemos êxito. A Ordem dos Advogados de Mato Grosso é composta por 29 subseções, nosso Estado é muito grande e estamos aí, para exercer este mandato (no triênio 2022 a 2024), corresponder à confiança da Advocacia mato-grossense, retribuir com muito trabalho. E isso já começamos a fazer desde o dia 1º”.

SER MULHER

“Precisamos combater a violência doméstica, a discriminação, buscar a igualdade, a valorização salarial, porque hoje a mulher advogada ainda recebe menos que os homens. Trabalhar muito na empregabilidade dessa advogada, especialmente aquela que é mãe, gestante. Há um número muito expressivo de advogadas que abandonam a profissão, após a maternidade. Isso tem que ser uma preocupação”.

VOZ DA SOCIEDADE

“Sobre tudo que acontece na sociedade a OAB é sempre consultada e exerce um papel institucional de voz da sociedade civil organizada muito forte”.

JOVEM ADVOCACIA

“Além de preocupação, a gente tem esse carinho com o jovem advogado que chega cheio de expectativas e se depara com um mercado de trabalho muito difícil. A OAB busca, dentro dos nossos projetos, dar o suporte que ele precisa para o início da carreira, porque nem sempre consegue um emprego, uma colocação em um grande escritório.”

FECHAMENTO DO JUDICIÁRIO

“O Judiciário é o único poder, que, na pandemia, praticamente não abriu as portas. No final do ano, houve um período de retomada, chegou a abrir parcialmente e agora, depois das férias, abriu as portas em um dia e fechou no outro dia. Nós entendemos como preocupante. Reconhecemos o momento que vivemos, com o aumento alarmante do número de casos (de Covid-19), graças a Deus com a letalidade muito menor, provavelmente em razão da vacinação, colocada à disposição da sociedade, mas o fato é que nós precisamos achar alternativas. A primeira medida tomada foi o fechamento, a mais drástica, e nós temos outras formas de prevenção. A abertura das portas, a sensação de que a Justiça está pronta, já tem um significado muito forte para sociedade”.

DÉFICIT DE MAGISTRADOS

“O Poder Judiciário de Mato Grosso é bem avaliado, trabalha bem, temos uma administração sempre atenta às necessidades da sociedade e do jurisdicionado, mas tem as suas deficiências. Nós temos um déficit enorme de magistrados, temos comarcas, no interior de Mato Grosso, há mais de 2 anos sem juiz. Esperamos que a posse dos novos magistrados, que será nesta sexta-feira (21), amenize os problemas”.

ISENÇÃO POLÍTICA

“A atuação política é inerente à nossa função, o advogado é um ser político. Mas o que não pode haver (na OAB) é posicionamento político-partidário”.

COMPROMISSOS

“Quero encerrar mandando um abraço a toda Advocacia mato-grossense, reafirmar nosso compromisso na defesa de prerrogativas e valorização de honorários e sobretudo esse compromisso da Ordem como voz da sociedade civil organizada. A Ordem dos Advogados de Mato Grosso está de portas abertas à Advocacia e à sociedade”.


Fonte: Keka Werneck - Imprensa OABMT