SAÚDE E BEM ESTAR - Boa imunidade depende de estilo de vida que inclui alimentação, exercícios físicos e saúde mental, defende médico

Se nas prateleiras das farmácias os polivitamínicos prometem aumentar a imunidade, também são incontáveis as receitas caseiras que se baseiam nesse objetivo. Por outro lado, a conquista de uma boa imunidade é uma construção contínua e que tem como principais fundamentos a alimentação saudável, a prática de exercícios físicos e até mesmo questões que estão relacionadas à saúde mental, como ter confiança, lazer e espiritualidade.

É o que defende o médico alergista e imunologista, Joel Marcos Pereira, que atende no Hospital São Mateus, em Cuiabá. Ele avalia que muitas pessoas têm buscado aumentar a imunidade, mas que não se atentam para o fato de que se trata de um processo que exige esforço multidisciplinar.

“Apesar de muitos enxergarem como extremismo, essas mudanças levam meses e até mesmo anos para se perceber os resultados”, reforça.

Joel explica que repor algumas vitaminas como a A, B, C, D e alguns minerais, macro e micronutrientes não significa adquirir imunidade competente se não houver a mudança de atitude e de hábitos errados e enraizados por anos no indivíduo. “Uma boa imunidade começa com uma mudança de atitude em busca da saúde. No entanto, há algumas alterações imunológicas do metabolismo que são inatas e outras que adquiridas no decorrer da vida”, ressalta.

Por essa razão, segundo o médico, a consulta periódica a um especialista se faz necessária para que se possa pesquisar as possíveis causas de uma baixa imunidade.

Problemas da imunidade

Entre as causas relacionadas à baixa imunidade, Joel identifica dois principais fatores. O primeiro está relacionado às alterações genéticas, que nos termos médicos recebe o nome de erros inatos da imunidade (EII) e que se caracterizam pelas doenças causadas geralmente por mutações germinativas – que são transmitidas pelos pais aos filhos. Consiste na perda ou ganho de função de determinada proteína.

A segunda causa de imunodeficiência está relacionada às infecções causadas por fungos ou bactérias. “Essas são as chamadas doenças oportunistas, e os exemplos mais comuns são as que afetam o trato urinário, herpes, e a candidíase, que estão entre as mais frequentes com a baixa imunidade”, exemplifica.

Neste tipo de imunodeficiência, acontece a perda da função do sistema imune como resultado da exposição a agentes de doenças, fatores ambientais, imunossupressão ou envelhecimento. Infecções bacterianas, virais, por protozoários, helmínticas (causada por vermes) e por fungos podem levar a deficiências de células B, T, PMN-polimorfonucleares e macrófagos, que constituem o sistema imunológico.

“Para a identificação correta do tipo de imunodeficiência são feitos exames específicos, que vão embasar o tratamento adequado, e o consequente fortalecimento do sistema imunológico”, explica o médico.

Estilo de vida

O médico defende que o ideal é colocar em prática o conceito de “life style”, que se baseia em uma alimentação saudável, com consumo de alimentos in natura e evitando os industrializados.

“O estilo de vida ideal inclui ter sono restaurador e a prática regular de exercícios. “Não se pode esquecer da hidratação, da luz solar, ar puro, confiança, espiritualidade, saúde mental, lazer e praticar um hobby. Enfim, ser temperado e equilibrado nestes pontos garante, certamente, uma imunidade humoral e celular fortalecida”, afirma o médico.

O especialista assevera que os excessos ou qualquer distúrbio em qualquer ponto causará prejuízos ao corpo e por essa razão os check-ups com frequência são fundamentais para se manter o nível da saúde imunológica sempre em bom estado.

Se de um lado a vida saudável é indispensável, também se faz necessário abandonar hábitos como tabagismo, alcoolismo, drogas lícitas farmacêuticas ou ilícitas que tendem a provocar desequilíbrio imunológico e consequente doença.

Fonte: Redação ZF Press