O início de cada ano traz consigo uma série de promessas e resoluções, muitas vezes centradas em melhorias físicas, como perder peso ou adotar hábitos mais saudáveis. No entanto, uma área frequentemente negligenciada, mas igualmente crucial, é a saúde mental.
Foi neste contexto que o Brasil criou o Janeiro Branco, no ano de 2014. A importância do tema foi tão grande que a campanha virou lei (14.556/2023) no ano passado. Na prática, o movimento busca destacar a importância do cuidado emocional e psicológico, oferecendo uma oportunidade única para refletirmos sobre a saúde mental.
O contexto brasileiro, marcado por desafios socioeconômicos e um ritmo de vida acelerado, destaca a relevância de abordar as questões de saúde mental de forma mais proativa. A campanha visa quebrar estigmas associados à saúde mental e fomentar discussões abertas sobre o tema.
A saúde mental não pode ser vista como um “luxo”, mas como um direito básico de todo cidadão. Infelizmente, o país ainda enfrenta desafios em termos de acesso a tratamentos psicológicos e psiquiátricos. Assim, é importante que as autoridades e a sociedade como um todo unam esforços para garantir que os serviços de saúde mental sejam amplamente disponíveis e acessíveis, independentemente da condição socioeconômica.
Além da acessibilidade, é necessário combater o estigma associado às questões de saúde mental. Janeiro Branco oferece uma plataforma (https://janeirobranco.com.br) para abrir diálogos sobre transtornos mentais, destacando que buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem e autocompreensão. É fundamental que as comunidades se unam para criar ambientes de apoio, nos quais as pessoas se sintam confortáveis para compartilhar suas experiências e procurar ajuda quando necessário.
A pandemia trouxe à tona desafios adicionais para a saúde, aumentando os níveis de estresse, ansiedade e depressão em toda a população. Neste contexto, Janeiro Branco ganha ainda mais relevância, servindo como um lembrete de que a atenção à saúde, física e mental, é crucial para a resiliência individual e coletiva.
No entanto, para alcançar uma verdadeira mudança, é necessário ir além de campanhas sazonais. É importante que haja investimento em políticas públicas, bem como em capacitação de profissionais e conscientização contínua de todos nós.
O Janeiro Branco é uma oportunidade não apenas para refletir sobre nossa própria saúde mental, mas também para exigir mudanças efetivas na forma como a sociedade encara e aborda essas questões. Ao priorizarmos a saúde mental, não apenas estamos investindo no bem-estar individual, mas também construindo uma sociedade mais resiliente, empática e saudável. A transformação começa em janeiro, mas deve ser uma jornada contínua ao longo do ano e além.
*Mara Nasrala é Diretora Executiva da Help Vida.
Fonte: ZF Press