A teoria de Le Châtelier, originalmente aplicada à química, pode ser uma metáfora interessante para entender como o networking empresarial pode influenciar o crescimento de uma empresa. Segundo Henri Louis Le Châtelier, um químico e metalurgista francês que contribuiu significativamente para o desenvolvimento da termodinâmica e é conhecido pela descoberta da lei do equilíbrio químico, quando um sistema em equilíbrio é submetido a uma perturbação, ele se ajusta para minimizar a mudança e restaurar o equilíbrio.
No contexto empresarial, o “equilíbrio” pode ser visto como o estado atual do mercado, enquanto a “perturbação” pode ser uma nova estratégia de networking.
Quando uma empresa implementa uma estratégia de networking eficaz, ela introduz uma “perturbação” no mercado. Essa perturbação pode ser a formação de novas parcerias, a expansão para novos mercados ou a inovação em produtos e serviços. De acordo com a metáfora de Le Châtelier, o mercado se ajustará a essa perturbação. No entanto, ao invés de simplesmente voltar ao estado anterior, o networking pode levar a um “novo equilíbrio”, onde a empresa ocupa uma posição mais forte e ampliada.
Por exemplo, ao aumentar sua rede de contatos, uma empresa pode ter acesso a recursos que antes eram limitados, como conhecimento especializado, tecnologia avançada ou mercados inexplorados. Isso pode ser comparado ao aumento da concentração de um reagente em um sistema químico, que leva a um aumento na produção de produtos para restabelecer o equilíbrio.
Além disso, o networking empresarial pode ajudar a reduzir “pressões” externas, como competição acirrada e mudanças regulatórias. Isso é análogo à diminuição da pressão em um sistema químico, que resulta no deslocamento do equilíbrio para o lado com maior volume de gás, ou seja, para a expansão.
Assim como um químico manipula as condições de um sistema para favorecer a formação de produtos desejados, um empresário pode usar o networking para alterar as condições do mercado a favor do crescimento da empresa.
O networking, portanto, atua como um catalisador que acelera a reação sem ser consumido, permitindo que a empresa alcance um novo patamar de sucesso e estabilidade. Ou seja, por meio de parcerias, conexões ou expansões da rede de contatos é possível alcançar objetivos específicos e crescer.
A longo prazo, um networking bem construído refletirá na construção de uma reputação sólida no mercado, na criação de um pipeline contínuo de oportunidades de negócio e na capacidade de se adaptar mais rapidamente a mudanças no ambiente empresarial.
*Mário Quirino é especialista em desenvolvimento humano e Diretor Executivo do BNI Brasil em Mato Grosso.
Fonte: ZF Press