O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) apresentou, na sessão desta terça-feira (9), os cálculos que mostram como o governo de Mato Grosso pode fazer para que a tarifa do BRT (Bus Rapid Transit) seja de R$ 1,00 nos cinco primeiros anos de funcionamento do novo modal. A tarifa foi proposta por Lúdio no Projeto de Lei 1308/24, que propõe ainda a obrigatoriedade da licitação para operar o BRT em Cuiabá e Várzea Grande. Lúdio revelou, na quinta-feira passada (4), um aditivo ao contrato do transporte coletivo intermunicipal que permite à atual concessionária assumir a operação do BRT sem licitação, a empresa União Transportes, que pertence a Romulo Botelho, irmão do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (UB). O governador anunciou na noite de sexta-feira (5) a intenção de cancelar o aditivo revelado por Lúdio e de realizar licitação.
"Alguns parlamentares saíram em defesa do Botelho e criticaram a minha proposta de passagem a R$ 1,00, mas nenhum deles criticou a agressão do presidente da Assembleia e nem o contrato que poderia passar o BRT para a família do Botelho sem licitação. Vocês sabem da minha responsabilidade como deputado. Meu compromisso é com o interesse público e os direitos das pessoas. Esses cálculos mostram que é possível a tarifa do BRT custar R$ 1,00 para os passageiros", disse Lúdio.
Lúdio apresentou na sessão um estudo que mostra como funcionaria a tarifa de R$ 1,00. "O governo vai comprar 54 ônibus novos, movidos a eletricidade, por R$ 248 milhões para entregar de graça à empresa que vai operar o BRT. Hoje, o governo já paga subsídio de R$ 2,35 por cada passagem à empresa do irmão do Botelho. É possível assegurar o equilíbrio econômico e financeiro do contrato para garantir a passagem do BRT a R$ 1,00, com recursos da venda dos vagões do VLT", afirmou.
O valor atual da passagem do ônibus intermunicipal é R$ 4,95. O governo estadual já subsidia R$ 2,35, de modo que a empresa recebe R$ 7,30 por passageiro. A proposta de Lúdio prevê aumento do subsídio em mais R$ 3,95, para que a passagem do BRT em Cuiabá e Várzea Grande custe R$ 1,00. Atualmente, são 28,6 mil viagens por dia no transporte intermunicipal, totalizando 860 mil viagens por mês. O subsídio proposto por Lúdio custaria R$ 3,397 milhões por mês, num total de R$ 40,764 milhões por ano. Em 5 anos, o subsídio total seria de R$ 203,8 milhões. Ludio propõe que esse valor venha dos recursos da venda dos vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ao governo da Bahia, fechada pelo governador na semana passada por R$ 793 milhões.
Por Assessoria de imprensa