ARTIGO - Quem critica, fala de si mesmo.

*Por Giuliana Altimari*

Ao dizer mal de alguém ou lugar, ela estará falando mais de si que do outro, ao externar sua relação às pessoas e lugares. O preconceituoso vê maldade em tudo, o indisciplinado aponta fatos negativos, justificando sua saída ou seu afastamento do grupo. E as vezes sinaliza para o outro encobrindo ser ele mesmo o malfeitor.

O rancoroso mimado, não aceita reprimenda, orientação ou questionamento e imediatamente sai e se afastando denigre pessoas e ambientes. Toda história tem dois lados e o maior erro é tomar a dor alheia. Manipuladores continuam sem limites, regras, responsabilidades viciados em fake News, fofocando a vida alheia sem medir consequências da atitude pode destruir na vida dos que o rodeiam.

Agem com sofisma e tem poder de manipular os fracos. Por isso devemos evitar fofoqueiros, comprar a briga alheia e sempre observar as questões antes de tomar partido ou escolher um lado para evitarmos ser injustos com os bons e alimentar ego dos ardilosos.

Observar as próprias atitudes e comportamento é saudável para o equilíbrio emocional. Pessoas conflituadas, mimadas, infantilizadas estão sempre predispostas ao conflito com o entorno social. Sobriamente devemos ouvir sim e não, sem necessidade de alinhamento com um dos lados é medida de boa educação emocional. O auto conhecimento nos ajuda a amadurecer as emoções sendo essencial para uma vida de sucesso e relacionamentos saudáveis.

Segundo a afirmação do filósofo Jean-Paul Sartre, “O inferno são os outros”, como poderíamos avaliar o grau de relacionamento entre as pessoas que são “obrigadas” a permanecerem em casa e se relacionarem com os seus?

Para a filósofa Gaúcha Jéssica Mesquita, Jean Paul Sartre, em 1944, escreve a peça teatral “Entre Quatro Paredes” (Huis Clos, em francês), falando três pessoas mortas condenadas a passar a eternidade confinadas num quarto. Neste ‘quadrado’ o relacionamento gerado entre elas é tão desgastante que um personagem termina a peça dizendo: “O inferno são os outros”. Sartre não apresenta sua filosofia existencialista sob os ditames da crença, logo a visão de inferno, nesse sentido, é real quando temos que passar a eternidade próximos a pessoas indesejadas, isto é, muito além de avaliar apenas um local que fede a enxofre e é quente.

O verdadeiro inferno, parece ser resultante duma vida de relacionamentos negativos. Tal como outros sentimentos envolvidos nessa relação, como dor, sofrimento ou até mesmo angústia, própria da condição da existência humana.

O mais irônico é que Sartre acreditava que, para alcançarmos a verdadeira realidade, precisaríamos viver em isolamento. O que podemos extrair de positivo disso?

Ele ressalta que, se as pessoas estão num relacionamento fracassado, a vida é um inferno, mas isso não significa que essa seja a regra para os relacionamentos, pois também há relacionamentos saudáveis e positivos.

Além do mais, para qualquer indivíduo preocupado com os relacionamentos sociais e envolvido na busca de uma vida plena, a ideia de que o inferno são os outros é, no mínimo, inquietante, pois nos obriga a refletir sobre nós mesmos, sobre as pessoas com quem compartilhamos a vida, sobre a influência que exercemos uns sobre os outros e sobre o que podemos fazer (se é que podemos) para encontrar a felicidade.

Do ponto de vista da Bíblia, em Filipenses 2:14-16, diz que: "Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa". Jesus também adverte sobre murmuração em João 6:41-59, ao dizer: "Não fiquem murmurando entre vocês".

A murmuração é um pecado da língua expressando má vontade e aborrecimento em relação a alguma coisa ou alguém não agradável. Murmurar pode levar a comunidade ou grupo à destruição, pois o murmurador nunca está contente com as decisões dos outros e sempre quer provar que está certo e o outro errado.

Sócrates, também observou o adequado uso da palavra, criando parábola que ensina a importância de passar pelas peneiras da verdade, bondade e necessidade antes de compartilhar informações:

A primeira peneira é a verdade, ou seja, se o que se quer contar é um fato verdadeiro. Se não for, é melhor não passar a informação adiante. A segunda peneira é a bondade, ou seja, se o que se quer contar é algo bom e que ajuda a construir ou a melhorar a vida dos outros. A terceira peneira é a necessidade, ou seja, se o que se quer contar é algo necessário, útil, que ajuda a humanidade ou melhora alguma coisa.

Como se vê, em seu tempo Sócrates, (470 -399 a.C) enfrentou as fake news, criando esta parábola, para ensinar seus discípulos sobre os perigos da palavra sem ética, sem racionalidade, sem verdade, e pelo visto ainda estamos longe de ver na prática seus ensinos.

Quem viver, verá!!

*Giulianna Altimari é taróloga e psicoterapeuta holística. Contato: [email protected] ou (65) 99641-0281.