Os preços ao produtor contribuíram para a desaceleração do IGP-10 em janeiro, com destaque para a queda dos preços dos alimentos processados e das principais commodities.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-10) registrou alta de 0,53% em janeiro, mas em ritmo mais lento que no mês anterior, quando havia avançado 1,14%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 0,53% no ano e 6,73% nos últimos 12 meses. Em janeiro de 2024, o IGP-10 havia subido 0,42% no mês, mas apresentava queda acumulada de 3,20% em 12 meses.
"Commodities que pressionaram o IPA no final de 2024 e impulsionaram a inflação ao consumidor começaram a apresentar queda em seus preços. Entre os principais destaques estão soja, bovinos e leite in natura, que figuraram entre as maiores influências negativas no índice ao produtor em janeiro. Em contraste com o comportamento do IPA, o IPC e o INCC mostraram aceleração em relação a dezembro. No IPC, o principal destaque foi o reajuste das mensalidades escolares, enquanto no INCC, a aceleração foi puxada pelo aumento nos custos da mão de obra”, afirma André Braz, economista do FGV IBRE.
Qual o valor do IGP-10 acumulado em 12 meses?
O IGP-10 acumulado é de 6,73% nos últimos 12 meses.
Mês de referência - Evolução Mensal - Acumulado
12 meses
jan/25 0,53% 6,73%
dez/24 1,14% 6,61%
nov/24 1,45% 6,07%
out/24 1,34% 5,10%
set/24 0,18% 4,25%
ago/24 0,72% 4,26%
jul/24 0,45% 3,38%
jun/24 0,83% 1,79%
mai/24 1,08% -1,27%
abr/24 -0,33% -3,81%
mar/24 -0,17% -4,05%
fev/24 -0,65% -3,84%
jan/24 0,42% -3,20%
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registra desaceleração, atingindo 0,57%.
Em janeiro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) desacelerou para 0,57%, registrando recuo expressivo, quando comparado a taxa de 1,54% observada em dezembro. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais retrocedeu para 0,81% em janeiro, após registrar alta de 1,29% em dezembro. Seguindo esse comportamento, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, passou de 1,73% em dezembro para 0,65% em janeiro. A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 1,00% em janeiro, superior à do mês anterior, quando registrou taxa de 0,57%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) subiu 0,80% em janeiro, alta superior a apurada em dezembro, que foi de 0,66%. O estágio das Matérias-Primas Brutas arrefeceu para 0,15% em janeiro, após subir 2,81% em dezembro.
IPC acelera para 0,26% em janeiro
Em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou taxa de 0,26%, apresentando aceleração em relação ao mês anterior, quando o índice caiu 0,02%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis apresentaram avanços nas suas taxas de variação: Habitação (-1,57% para -1,08%), Alimentação (1,12% para 1,41%), Vestuário (-0,26% para 1,02%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,11% para 0,47%), Transportes (0,23% para 0,37%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,09% para -0,06%). Em contrapartida, os grupos Despesas Diversas (1,02% para 0,32%) e Comunicação (0,06% para 0,05%) exibiram recuo em suas taxas de variação.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,74% em janeiro
Em janeiro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,74%, valor superior à taxa de 0,42% observada em dezembro. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observa-se aceleração nas suas respectivas taxas de variação na transição de dezembro para janeiro: o grupo Materiais e Equipamentos passou de 0,46% para 0,64%; o grupo Serviços variou de -0,24% para -0,03%; e o grupo Mão de Obra subiu de 0,48% para 0,98%.
O resultado completo está disponível no site.
O que é o IGP-10?
O IGP-10 é uma das versões do Índice Geral de Preços (IGP) do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE). Registra a inflação de todos os segmentos desde matérias-primas agrícolas e industriais utilizadas pelos produtores até bens e serviços finais demandados pelos consumidores.
Como é calculado?
O índice mede a evolução dos preços no período compreendido entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual. Ele é uma média ponderada de outros três índices: IPA-10 (Índice de Preços ao Produtor Amplo – 10), com peso aproximado de 60%;
IPC-10 (Índice de Preços ao Consumidor – 10), com peso aproximado de 30%;
INCC-10 (Índice Nacional de Custo da Construção – 10), com peso aproximado de 10%.
Quais as diferenças entre o IGP-10, INCC-M e IGP-M?
O IGP-10 e o IGP-M são essencialmente o mesmo índice, sendo diferenciados apenas pelo período de apuração da variação de preços: enquanto o IGP-10 apura as variações entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual, o IGP-M apura entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês atual. Já o INCC-M é um componente do IGP-M, do mesmo modo que o INCC-10 é componente do IGP-10.
Qual o público-alvo?
Como o IGP-10 é um índice múltiplo, seus componentes possuem públicos-alvo diferentes: o IPA-10 abrange os produtores dos setores agropecuário e da indústria de transformação; o IPC-10 abrange a cesta das famílias com renda de 1 a 33 salários-mínimos; e o INCC-10 abrange o setor da construção de imóveis residenciais.
Fonte: Portal FGV