O produtor começou sua própria jornada aos 29 anos no município de Tapurah e hoje colhe os frutos da dedicação e perseverança que teve no campo junto a sua família.
Criado no campo, Dirceu Luiz Dezem aprendeu desde cedo o valor da agricultura, inspirado pelo trabalho de seu pai. Hoje, aos 68 anos, reflete sobre como sempre soube que a terra era sua vocação e que a vida de agricultor era mais do que um trabalho: era uma paixão.
Natural de Três de Maio, uma cidade no noroeste do Rio Grande do Sul, Dirceu começou sua própria jornada longe da terra natal. Em 1986, aos 29 anos, ele e sua esposa decidiram partir para Mato Grosso, buscando construir um novo lar e uma nova história no município de Tapurah. Com coragem, sem parentes ou sócios para apoiar, o casal se estabeleceu em uma fazenda e começou a desbravar o futuro.
"Quando nós decidimos vir para cá, sabíamos o que estava por vir. As dificuldades existiam, mas também estavam presentes lá, onde estávamos antes. Se fosse mais fácil lá, nós teríamos ficado. Mas aqui, nós tínhamos clareza do que nos aguardava e do que precisaríamos fazer. Ainda éramos jovens, com vinte e poucos anos, perto dos trinta, prontos para trabalhar duro", conta o produtor.
Ao chegar, ele se dedicou à plantação, inicialmente com arroz e, posteriormente, com soja e milho, com um sonho adicional: cultivar seringueiras. Era um trabalho árduo, cheio de desafios e incertezas, mas também repleto de recompensas. Para o produtor, cada colheita bem-sucedida era uma fonte de inspiração e satisfação, fortalecendo a cada dia sua relação com a produção agrícola.
"Encaramos tudo com esperança e determinação. Acreditávamos muito mais no potencial desta região do que no que conseguíamos enxergar lá no Sul. Não viemos enganados, nem sobre o que era o Mato Grosso, nem sobre o que precisávamos realizar aqui. As partes difíceis que enfrentamos, nós sabíamos que passaríamos por elas e que isso fazia parte da nossa jornada", diz Dirceu.
No entanto, a trajetória de Dirceu e sua família também foi marcada por momentos de dor e superação. Sua filha sofreu um acidente que a deixou tetraplégica, uma situação que trouxe desafios imensos. Apesar disso, Dirceu e sua família aprenderam muito com essa experiência, encontrando força e resiliência para seguir em frente. Ele vê essa jornada como uma lição de vida que o ajudou a valorizar ainda mais cada conquista, cada momento ao lado de seus entes queridos e a importância de estar juntos.
Hoje, com anos de trabalho dedicados ao campo, Dirceu não apenas celebra os frutos de seu esforço, mas também sente um profundo orgulho ao ver sua filha, formada em Direito, e seu filho, formado em Agronomia, envolvidos na rotina da fazenda. Para ele, ver a próxima geração apaixonada pela agricultura é mais valioso do que qualquer resultado financeiro.
"E era isso que esperávamos: que nossos filhos também dessem continuidade, que gostassem do trabalho na agricultura. Isso traz uma satisfação enorme. A gente sente que é a realização do nosso esforço, do nosso trabalho, porque saber que terá continuidade é muito importante. Eu sinto muito orgulho dos meus filhos por darem sequência na agricultura", expressa o produtor.
Mais do que uma profissão, ser produtor rural é, para ele, um chamado de vida. Inspirado por cada safra, cada conquista e cada possibilidade de transformar o solo em sustento, ele reflete com gratidão e orgulho sobre sua jornada. A história de Dirceu é um testemunho do poder do trabalho, da coragem e do amor pela terra, e uma verdadeira celebração do espírito de determinação que move o agronegócio no estado de Mato Grosso.
Por Ana Frutuoso - Assessoria de Comunicação
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