A família Gatto faz parte da história dos municípios de Sorriso e Ipiranga do Norte e hoje colhem os frutos do trabalho no campo.
A história de Loinir Gatto é feita de construções: de uma terra, uma família, uma cidade e de um legado que perdurará por gerações. Hoje, aos 62 anos, ele conta com orgulho sobre os dias de muito trabalho no campo, vivendo o futuro que plantou na terra que hoje é sua conexão com Deus e o sustento de sua família, em Ipiranga do Norte.
Sua jornada como produtor rural começou aos 23 anos, logo após deixar o Exército, onde serviu como oficial da reserva. Em 1985, casou-se com Vera Lúcia Maria Mozzaquatro Gatto, sua companheira de vida, e juntos mudaram-se do Rio Grande do Sul para Sorriso, uma pequena comunidade urbana com cerca de mil habitantes na época. Com coragem e determinação, eles enfrentaram uma terra intocada e dedicaram-se à construção de uma nova vida. Ao lado de seu irmão, iniciou sua trajetória desbravando matas e construindo infraestrutura do zero.
“Os desafios eram imensos e a gente veio sem capital. O capital que a gente trouxe foi a vontade de trabalhar, a vontade de fazer as coisas acontecerem, os calos nas mãos e nos pés, e o incentivo dos pais, das famílias que ficaram para trás, porque lá onde estávamos não havia muitas oportunidades”, relata o produtor.
Apesar das dificuldades, como a instabilidade econômica e a falta de capital inicial, Loinir e sua família confiavam na força de trabalho. Vera, formada em Farmácia Bioquímica, desempenhou um papel crucial ao sustentar a família enquanto Loinir investia todos os recursos disponíveis na fazenda. Ela relembra com orgulho a jornada que enfrentaram juntos. Para ela, o esforço e a fé inabalável do esposo foram uma fonte constante de motivação.
“Não tínhamos energia elétrica, não havia comunicação, pois não existiam telefones em Sorriso. Tudo era muito precário, mas havia nós dois, com muita vontade, com muita fé, e isso nos impulsionava a vencer as dificuldades que encontrávamos”, conta Vera.
Vera redigiu a ata de emancipação de Sorriso, que aconteceu em 1986. Assim, a família Gatto contribuiu ativamente com um marco importante na vida da cidade. Loinir ampliou suas propriedades e, em 1988, mudaram-se para Ipiranga do Norte. A família cresceu e, em 1992, nasceu Ana Clara, filha do casal, que hoje é um exemplo do legado de trabalho e dedicação deixado pelos pais. Formada em Agronomia, ela lidera a gestão financeira da fazenda ao lado de seu marido, Maurício Goufetto.
Para ela, a herança que recebe dos pais é uma lição de perseverança, união e esforço, valores que agora transmite às suas filhas, Liz e Lídia. “Tento mostrar para minhas filhas que o que a gente tem não é de graça e que temos que cuidar. Elas vêm para a fazenda, veem que a gente precisa trabalhar, que a gente precisa se dedicar, que as coisas não acontecem do nada, não é mágica. O zelo, o cuidado, o trabalho, o empenho, o esforço, a dedicação. É isso que a gente tenta mostrar para elas enquanto família”, explica Ana Clara.
Para Loinir, a agricultura é mais do que uma ocupação, se tornando uma experiência quase divina. “A atividade de produzir alimentos, você plantar uma semente e colher os frutos da semente, é transformadora. É muito gratificante observar todos os estágios das plantas: você planta, vê nascer e festeja quando colhe bem. É gratificante demais e representa uma conexão profunda com a criação”, diz Loinir.
Entre os desafios e as recompensas, ele celebra cada colheita como um triunfo pessoal e familiar. Esse sentimento é compartilhado por Vera, que vê nos esforços de seu marido e na união da família o verdadeiro significado de suas conquistas. Juntos, eles continuam acreditando no valor de produzir alimentos e transformar a terra em vida, inspirando futuras gerações a trilhar caminhos similares.
Abril, 7 de 2025
Por Ana Frutuoso - Assessoria de Comunicação
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