Saúde analisa 17 casos suspeitos de febre amarela; ministro nega epidemia

Desde o começo do ano, 24 casos suspeitos de febre amarela foram notificados no país. Do total, 17 ainda estão sob investigação. No domingo (13), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, foi à TV e, em pronunciamento em cadeia nacional, afirmou que "não existe risco de epidemia".

Segundo o Ministério da Saúde, dois dos casos notificados tiveram diagnóstico confirmado --Graco Carvalho Abubakir, 38, que morreu no último dia 8, e uma mulher de 42, que contraiu a doença em Mato Grosso do Sul e está internada no Hospital São Luiz, em São Paulo. Outros cinco casos foram descartados.

O surgimento de casos suspeitos elevou a procura pela vacina --única forma de prevenir a doença--, e postos têm registrado filas. Durante o pronunciamento, Temporão afirmou que o governo tem adotado medidas para proteger Estados e municípios contra a febre amarela.

Ele reforçou a necessidade de vacinação para as pessoas que vão viajar ou moram em áreas de mata, consideradas zonas de risco. "Se você não mora ou não viajar para estas regiões não precisa se vacinar. Quem já se vacinou pode ficar tranqüilo: o efeito da vacina protege as pessoas durante dez anos", afirmou.

Como argumento para descartar o risco de uma epidemia, o ministro afirmou que o não registra casos de febre amarela urbana desde 1942. "Os casos registrados de lá para cá foram todos de febre amarela silvestre, ou seja, de pessoas que contraíram a doença nas florestas".

Vacina

Os sintomas mais comuns da doença são febre alta, calafrios, mal-estar, vômito, dores no corpo, pele e olhos amarelados e sangramentos.

De acordo com o Ministério da Saúde, as áreas consideradas de risco no país são as de matas e rios dos Estados da região Norte e Centro-Oeste, parte da região Nordeste --Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste e extremo-sul da Bahia--, região Sudeste --Minas, oeste de São Paulo e norte do Espírito Santo-- e região Sul --oeste dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A vacina é aplicada gratuitamente em postos de saúde de todos os municípios do país, além de salas de vacinação em portos, aeroportos e fronteiras. A proteção vale por dez anos e deve ser tomada dez dias antes da viagem para a área de risco.

A imunização é contra-indicada a gestantes, imunodeprimidos --pessoas com o sistema imunológico debilitado-- e pessoas alérgicas a gema de ovo.

da Folha Online