Roubo de informações

Espionagem industrial ou um simples furto de equipamentos? O sumiço de informações sigilosas da Petrobras é investigado pela Polícia Federal, em parceria com a empresa e Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

A extração de petróleo é um negócio próspero que movimenta cifras milionárias em todo o mundo. Segundo David Zylbersztajn, ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo, um poço chega a custar até US$ 100 milhões.

Pare ele, a possibilidade de o furto de dados sigilosos da Petrobras ter sido por espionagem industrial é um alerta para a área de segurança das empresas. “Se for configurado mesmo um processo de espionagem industrial, que é uma novidade no Brasil, você hoje passa a ter um grau de importância quanto à segurança e principalmente quanto ao interesse na qualidade das reservas brasileiras, na qualidade do que é a exploração de Petróleo no Brasil”, afirma Zylbersztajn.

Ainda segundo Zylbersztajn, os dados contidos no material furtado podem ser muito valiosos para quem sabe por quanto pode negociar essas informações privilegiadas.

Na Petrobras, ninguém fala sobre o furto. A empresa informou que o silêncio é para não atrapalhar as investigações, mas confirmou que o caso aconteceu na mesma semana do anúncio da descoberta de uma gigantesca reserva de gás na bacia de Santos. Além disso, os computadores podem ter informações sobre uma das maiores de reservas de petróleo do mundo, o campo de Tupi, no litoral paulista.

Os dois computadores portáteis e o disco rígido com segredos da companhia estavam dentro de um contêiner que foi arrombado. A embarcação onde estava o material saiu de Santos no dia 18 de janeiro e chegou ao Rio no dia 25. Depois, seguiu para Macaé, onde aportou em 1º de fevereiro. Só então o furto foi descoberto por funcionários da Petrobras.

A empresa que fez o transporte, a multinacional Halliburton, é uma das maiores fornecedoras de serviços para empresas de Petroléo do mundo, e também não se manifestou sobre o assunto.

A Petrobras informou, por nota, que tem cópia das informações que foram furtadas.

Fonte: www.globo.com/jornalhoje