A renovação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso deve ser mínima se depender da vontade dos deputados que hoje ocupam cadeiras naquela Casa.
Dos 24 parlamentares, apenas três não devem concorrer à reeleição: José Riva (PSD), Alexandre César (PT) e Luiz Marinho (PTB).
Há cinco mandatos deputado, Riva vem afirmando que encerrará a carreira pública em 2014.
"Eu não quero mais ser candidato. Já defini isso e já falei muitas vezes. Existem momentos em que você precisa refletir, e estou em um momento de reflexão"
Apontado como o nome mais natural à candidatura ao Governo do Estado, e de um partido relativamente novo e que nasceu forte em Mato Grosso, o parlamentar nega.
“Eu não quero mais ser candidato. Já defini isso e já falei muitas vezes. Existem momentos em que você precisa refletir, e estou em um momento de reflexão. Não quero ser candidato a nada. E posso ser útil ao Estado fora da política”, disse no primeiro semestre deste ano.
Outro empecilho para o parlamentar são processos judiciais que podem enquadrá-lo na Lei da Ficha Limpa.
Devido a uma das ações movidas contra Riva, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso o afastou da presidência da Assembleia em maio deste ano. O conselheiro Humberto Bosaipo, do Tribunal de Contas do Estado, também foi afastado do cargo.
Ambos são acusados de participarem de um suposto esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, por meio da emissão de cheques do Legislativo para empresas de fachadas.
Apesar das ações, o deputado nega que elas tenham relação com sua desistência da vida pública.
Além de Riva, Luiz Marinho (PTB) é outro que pode ficar de fora do pleito do próximo ano por problemas com a Justiça.
Em meados de junho o pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso recebeu denúncia em ação penal, apresentada pelo Ministério Público do Estado (MPE), contra Marinho.
O político é acusado pelo Ministério Público de ter dispensado mais de 68 procedimentos licitatórios, de forma ilegal, quando ocupava o cargo de vereador e presidiu a Câmara Municipal de Cuiabá, entre 1992 e 2008.
Também pesa contra o parlamentar outra ação do MPE que o acusa de ter dado prejuízo próximo de R$ 5 milhões ao erário na época em que era Presidente da Câmara de Vereadores em Cuiabá, na gestão 2000-2004.
Marinho tentou recorrer deste caso, porém a 3ª Câmara Cível, por meio da desembargadora Maria Erotides, negou recurso no mês de julho.
Outros rumos
Se por um lado ações judiciais podem impedir dois deputados estaduais de concorrer à reeleição de 2014, o mesmo não ocorre com Alexandre César (PT).
Ao MidiaNews, o parlamentar informou que o posicionamento faz parte de uma política petista de renovação.
“Não estou saindo por nada em especial, porém nesse momento é preciso dar espaço a novas lideranças. Eu acredito que o PT tem todas as condições de dobrar o número de deputados”.
Com a expectativa, o partido passaria a ter quatro deputados estaduais. Hoje, soma-se a Alexandre o parlamentar Ademir Brunetto (PT), que afirmou tentar a reeleição.
Com o discurso oposicionista – apesar do PT atualmente fazer parte da base do governador Silval Barbosa (PMDB) – Brunetto afirmou que manterá a mesma linha e que não está em seus planos sair da legenda.
“Vou continuar no PT. Nunca cogitei e nem quero ou preciso sair. Só se o partido me expulsar. Sempre fui muito isolado e surgi na vida pública quase como uma surpresa. Não tenho definido ainda uma tática eleitoral para 2014, mas vou para a reeleição”, afirmou.
Também na mesma linha de Brunetto, a deputada Luciane Bezerra (PSB) e Zeca Viana (PDT) confirmaram que devem tentar a reeleição.
No caso do PDT, o objetivo segundo Viana, presidente da sigla, é eleger ao menos quatro estaduais. “É viável e se fizermos isso teremos um grupo bastante coeso”, garantiu.
Fortalecimento
Atualmente com a maior bancada da Assembleia, a expectativa do PR é permanecer com o número ou, ainda, aumentá-lo.
De acordo com o presidente estadual da legenda, deputado federal Wellington Fagundes (PR), todos os setes tentarão mais um mandato. São eles: Emanuel Pinheiro, João Malheiros, Wagner Ramos, Hermínio J. Barreto, Mauro Savi, Odanir Bortolini (o “Nininho”) e Sebastião Rezende.
Com seis parlamentares, levando-se em conta a atuação de Gilmar Fabris, que está substituindo Dilmar Dal’Bosco (DEM), a reeleição também deve ser certeira para o PSD.
Com exceção apenas de Riva, deverão ser novamente candidatos Airton Português, Ezequiel Fonseca, José Domingos, Pedro Satélite, Walter Rabello e Gilmar Fabris.
A terceira maior bancada, formada pelo PMDB, também quer eleger mais.
“Eu vou para a reeleição, assim como Teté Bezerra e o presidente em exercício da Assembleia, Romoaldo Junior, devem caminhar na mesma linha. O objetivo, claro, é trabalhar o fortalecimento para eleger um número maior ainda”, avaliou Baiano Filho.
Com um representante, o PP também deverá contar com a candidatura de Antônio Azambuja. O DEM, atualmente com o único deputado eleito, Dilmar Dal’Bosco, licenciado, a expectativa também e de reeleição.
Fonte: Isa Sousa - Redação Mídia News