OPERAÇÃO ARARATH - Vivaldo pede exoneração do governo

Secretário-adjunto do Tesouro Estadual é um dos réus da primeira ação proposta pelo Ministério Público Federal e acatada pela Justiça 

Após se tornar réu em ação penal na Justiça Federal, o secretário-adjunto do Tesouro Estadual, Vivaldo Lopes, pediu exoneração do cargo nesta quarta-feira (28). Ele é acusado de participar do esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional, alvos da operação Ararath.

A informação foi confirmada ontem por duas fontes do Palácio Paiaguás. Procurado, Vivaldo não quis dar entrevista. 

O secretário-adjunto foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) juntamente com o ex-secretário estadual de Fazenda, Eder Moraes (PMDB). 

Conforme o MPF, Eder e Vivaldo praticaram em seis ocasiões o crime de lavagem de dinheiro, o que pode render uma pena de até 60 anos. As investigações detectaram transferências bancárias totalizando o valor de R$ 520 mil à empresa Brisa Consultoria e Assessoria, propriedade do secretário-adjunto. 

Segundo a denúncia, o montante teria sido usado no suposto esquema de lavagem de dinheiro, no período em que Eder Moraes ocupava a cadeira de titular da Sefaz (entre fevereiro de 2008 e março de 2010) e Vivaldo Lopes era secretário-adjunto da Pasta. 

Demonstrativos anexados ao inquérito dão conta de que as transferências foram realizadas entre janeiro e março de 2010 por meio de contas da Global Fomento e Comercial Amazônia de Petróleo, pertencentes ao empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, que teria ajudado a movimentar financeiramente o esquema com o intermédio de Eder Moraes. 

Em entrevista no início do ano, quando foi deflagrada a quarta fase da operação Ararath, ocasião em que seu nome apareceu nas investigações, Vivaldo garantiu que, apesar de o dinheiro ter sido depositado em sua conta bancária, ele não foi utilizado para fins pessoais. 

O secretário-adjunto afirmou ter emprestado sua conta para uma transferência destinada ao Mixto Esporte Clube, time de futebol que tinha Eder Moraes como presidente. Na época, Vivaldo também atuava como consultor da agremiação esportiva. 

Além de Vivaldo e Eder, se tornou ré na ação penal a esposa do ex-secretário, Laura Dias. Ela é acusada de ter praticado por oito vezes o crime de operações de crédito sem a devida autorização ou mediante falsa declaração, além de lavagem de dinheiro. É, no entanto, apontada como “testa de ferro” do marido. 

KAMILA ARRUDA
Da Reportagem