Volume de chuva que veio junto com uma frente fria não ocorria há quase um século e o vento causou estragos, inclusive no aeroporto
O volume de chuva registrado entre a noite de quarta-feira e ontem, em Cuiabá e Várzea Grande, é o maior já registrado durante o mês de julho nos últimos 86 anos. Há 52 dias, as duas cidades não registravam precipitação, que veio acompanhada por uma frente fria e ventania, o que provocou estragos no forro externo do novo saguão de desembarque do Aeroporo Marechal Rondon.
A precipitação registrada até às 9h30 de ontem foi de 33 milímetros (mm), conforme o 9º Distrito de Meteorologia (Disme). A maior dos anos anteriores foi em 1928, quando choveu 54mm no mês de julho. “Não é comum. Essa chuva é atípica para a nossa região”, comentou a diretora do 9º Disme, Marina Padilha. Em Mato Grosso, julho é um mês marcado pela estiagem e, consequentemente, aumento das queimadas.
Dados do 9º Disme mostram ainda que, em julho de 2013, choveu apenas 8,4mm. Neste ano, a última precipitação ocorreu no dia 02 de junho, quando choveu 9,2mm e, até o momento, o mês com maior volume de água é maio, com 144mm.
Conforme Padilha, a chuva é resultado da frente fria que está no País e chegou até a capital, onde deve permanecer até o início da semana. Para esta madrugada, a previsão é que os termômetros caiam ainda mais e a temperatura não ultrapasse os 16ºC (em horários mais quentes do dia).
Para hoje, a mínima prevista é de 15ºC. “No sábado a temperatura continua baixa com mínima de 16ºC e máxima de 26ºC”, informou. Também há previsão de chuva para esta sexta e amanhã. No domingo, os termômetros variam entre 16ºC e 28º.
Além de trazer o frio, a chuva e a ventania provocaram estragos no Aeroporto Marechal Rondon. Por lá, várias placas do forro, recém-instalado na área externa do setor de desembarque, se soltaram e caíram. Outras ainda permaneciam dependuradas.
“São placas de alumínio e pesadas, se cair em alguém pode causar sérios ferimentos”, comentou um taxista, que preferiu não se identificar. O fato teria ocorrido no início da noite de quarta. Nas imediações do aeroporto, o vento também derrubou um poste de iluminação pública.
Por meio da assessoria de imprensa, a Infraero informou que ninguém se feriu com a queda das placas e que já havia entrado em contato com o Consórcio Marechal Rondon, responsável pela obra, para fazer o reparo, o que já estava sendo feito ontem pela manhã. A assessoria comentou ainda que como a obra, que faz parte da reforma e ampliação do aeroporto, não estava totalmente concluída, o vento entrou pelos vãos, soltando parte do forro.
A chuva também provocou alagamentos em algumas ruas da capital. Na Avenida Fernando Corrêa, embaixo do viaduto da UFMT, por exemplo, agentes de trânsito tentavam desentupir um bueiro para evitar maiores transtornos aos motoristas que trafegavam pelo local.
JOANICE DE DEUS
Da Reportagem Diário de Cuiabá