Levantamento da organização Transparência Brasil revelou que, em 2010, candidatos ao comando do Paiaguás gastaram, em média, R$ 27,5 por eleitor
Um levantamento realizado pela organização Transparência Brasil mostra que o valor gasto com cada cidadão pelos candidatos que pleitearam o cargo de governador de Mato Grosso na última eleição geral, em 2010, foi o quarto mais alto entre os 26 estados do país e o Distrito Federal.
A soma do valor total gasto por cada candidato e dividido pelo número de eleitores, em média, de acordo com os dados, demonstra que o voto por pessoa para o principal cargo do Executivo estadual no Estado ficou na casa dos R$ 27,5.
Nesse quesito, Mato Grosso perde apenas para Tocantins, onde o custo individual foi de R$ 49,3; Roraima, que figura com R$ 42,12 na lista; e Rondônia, com R$ 33,59.
A unidade federativa na qual os postulantes precisaram destinar menos recursos foi o Pará: R$ 3,99 por eleitor.
Baseada nas informações disponibilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a entidade constatou que a origem dos recursos foram fontes diversas, transferências atribuídas, verbas do fundo partidário, de pessoas físicas, empresas e autodoações.
O total líquido adquirido em todo o território nas últimas eleições gerais foi de R$ 3,6 bilhões, sendo R$ 3,09 bilhões somente dos candidatos e R$ 575 milhões pertencentes aos comitês e diretórios regionais.
No ranking dos cinco políticos brasileiros que mais autodoaram recursos para a campanha eleitoral de 2010 está o atual prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS), que concorreu a uma vaga na Assembleia Legislativa e venceu com mais de 26 mil votos. À época, ele doou a si mesmo mais de R$ 1 milhão, o que representa um gasto de R$ 46,1 com cada voto recebido.
As receitas dos candidatos a deputado federal eleitos naquele ano em Mato Grosso somaram, no mínimo, R$ 616 mil por postulante, e, no máximo, R$ 2,9 milhões. A média individual por candidato ficou em torno de R$ 1,9 milhão.
Já quanto aos candidatos a deputado estadual eleitos no Estado, a média de recursos gastos por cada um foi de R$ 727 mil. O mínimo foi de cerca de R$ 197 mil e o máximo de, aproximadamente, R$ 1,4 milhão.
Por voto, aqueles que pleiteavam cadeiras na Câmara Federal gastaram R$ 17,12, enquanto os que queriam vagas no Legislativo estadual dispensaram R$ 26,36 por eleitor.
No que diz respeito aos candidatos ao Senado, o dinheiro gasto individualmente na análise recursos versus votos foi de R$ 4,82.
THAISA PIMPÃO
Da Reportagem Diário de Cuiabá