ASSEMBLÉIA - Bancários ameaçam greve

No início da noite desta quinta-feira poderá ser definida nova paralisação por tempo indeterminado na rede bancária do país

Acontece hoje, no início da noite, a assembleia que poderá definir por greve na rede bancária. Se isso acontecer, os trabalhadores cruzarão os braços por tempo indeterminado na primeira semana de outubro. 

A proposta de reajuste de 7,5% para quem ganha o piso salarial e 7% para os demais cargos, apresentada pela Federação Nacional de Bancos(FENABAN), nem se aproxima do percentual reivindicado pelos bancários para a convenção coletiva 2014/2015. 

Os trabalhadores dos bancos querem 12,5% de aumento, o que somaria a inflação acumulada entre setembro de 2014 e o mesmo mês deste ano, além de pouco mais de 5% de ganho real. 

O presidente do Sindicado dos Bancários de Mato Grosso(SEEB-MT), José Guerra, destaca que o percentual acenado pelos bancos não represente nem 1% de aumento real. “0,61%, para ser mais exato”, detalha. 

De acordo com Guerra, de 11 de agosto(data da entrega da minuta da pauta de reivindicação dos trabalhadores) até agora foram realizadas pelo menos 10 rodadas de negociações entre representantes da Confederação dos Trabalhadores de Instituições Financeiras(Contraf). Desde o dia 19 deste mês, quando receberam a proposição patronal, a FENABAN não sentou mais para negociar. 

Além da questão salarial, lembra ele, os bancários querem mais investimento em segurança nas agências e um programa de contratação de trabalhadores como forma de diminuir a sobrecarga de quem trabalha e melhorar o atendimento à população, o significa reduzir as filas. 

Como a federação se mostra irredutível, não acena com reabertura das negociações ou elevação do percentual de reajuste, a orientação do Comando Nacional de Negociações é pela aprovação do indicativo de greve. 

Trabalhadores estarão reunidos em assembleias em diversos estados no início da noite de hora, em horário simultâneo ao de Mato Grosso(aqui será a partir das 18h30, na sede do SEEB, na rua Barão de Melgaço). 

Guerra enfatiza que a campanha nacional dos trabalhadores é por melhorias para toda população, valorização e respeito. “Mesmo com lucros exorbitantes os bancos não investem em segurança como deveriam e não contratam, só demitem. A greve é o nosso último instrumento de luta e cabe aos bancos nos respeitar”, completa. 

Já a FENABAN postou em seu site uma nota que num dos trechos dias que “a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do setor bancário é resultado de um processo contínuo de valorização dos funcionários das instituições financeiras do Brasil”. Logo abaixo indica que o reajuste de 7,5% elevará R$ 2.393,33 o salário de quem atua como caixa cumprindo jornada diária de 6 horas. 

ALECY ALVES
Da Reportagem