PIVETTA - “Estão usando a máquina do Estado”

Para Otaviano Pivetta, que coordena a campanha do senador Pedro Taques (PDT), Lúdio tem usado a máquina estadual em sua campanha eleitoral

O coordenador-geral da campanha do senador Pedro Taques (PDT), prefeito de Lucas do Rio Verde Otaviano Pivetta (PDT), acusa o ex-vereador Lúdio Cabral (PT) de estar usando a máquina estadual em favor de sua candidatura rumo ao Palácio Paiaguás. 

O pedetista afirma que existem fortes indícios de uso do dinheiro público na campanha do candidato petista. Para ele, Lúdio está se aproveitando do fato de ser candidato da situação para angariar recursos em prol de sua candidatura. 

Prova disso seria a contratação do ex-secretário de Comunicação do Estado, Carlos Rayel, como marqueteiro de sua campanha. Pivetta afirma que o ex-parlamentar está se utilizando da mesma prática da eleição de 2012, quando disputou a prefeitura de Cuiabá. 

Na ocasião, Rayel também trabalhou nos bastidores para a candidatura de Lúdio. “O marqueteiro do candidato é um sujeito que mistura o público com o privado. É um cara que trouxe tecnologia de fora para vir assaltar Mato Grosso. Certamente, a sociedade não irá mais admitir um gestor tomar dinheiro dos serviços essenciais para dar para um marqueteiro de fora que está extraindo e exportando coisas do nosso Estado através dos rolos e cambalachos. Ele fez isso em 2012 e continua fazendo em 2014. Um grande picareta que rouba MT aos olhos de todo mundo”, acusa Pivetta. 

Diante disso, o prefeito pede maior atenção por parte da Justiça Eleitoral no que diz respeito à fiscalização. Para o pedetista, Lúdio tem que expor a origem de seus gastos e de suas doações, as quais ele classifica como “nebulosos”. 

“O candidato a governador foi financiado em 2012 sabe-se lá por quem. Isso ele tem que explicar. As contas dele ainda não foram aprovadas. É nebulosa a origem do dinheiro dele, e um candidato que hoje se apresenta novamente com pessoas ligadas ao Governo, pessoas que comandam pastas no Estado”, enfatiza. 

Com o intuito de pôr fim a estes questionamentos, Lúdio, seu candidato ao Senado Federal Wellignton Fagundes (PR) e suas respectivas esposas anunciaram a quebra dos sigilos bancário e fiscal no início deste mês. 

O pedido foi protocolado no cartório do 1º Ofício em Cuiabá. Na oportunidade, o petista afirmou que a medida foi tomada porque este processo eleitoral é pautado pela transparência. 

O fato, inclusive, virou munição de ataques aos adversários que não se utilizaram da mesma prática. Pivetta, entretanto, rebate o candidato petista e o acusa de fazer teatro, uma vez que não se tem acesso às movimentações fiscais e bancárias dos candidatos sem uma procuração específica de ambos. 

“Os dois candidatos com suas respectivas esposas fizeram um teatro, mentindo e enganando a população. Então nós queremos desafiá-los a mostrar da onde está vindo o dinheiro das campanhas deles. A campanha está acontecendo, nós sabemos quanto custa uma campanha e vem com essa conversinha de que o sigilo está aberto?”, critica. 

Pivetta afirma que a coligação solicitou que um integrante de sua equipe percorre todo o caminho a fim de conseguir tais informações, que segundo Lúdio estariam disponibilizadas a toda a sociedade. No entanto, não obtiveram sucesso. 

De acordo com ele, é necessária uma procuração específica dos titulares do pedido de quebra de sigilo. Antes disso, entretanto, é necessário solicitar uma documentação no cartório, a qual tem um custo de R$ 110. 

“Nós percorremos todo este caminho. Pegar uma certidão no cartório, a qual é paga e demora cinco dias úteis para ficar pronta, e ir na Receita e ir aos bancos para tentar ver o que foi possível, pois não tínhamos uma procuração especifica dos titulares. São pessoa mentirosas, que fazem teatro, armam cenas para comover pessoas menos esclarecidas, e conseguem. Gostaria que eles disponibilizassem esta procuração, até para ajudar o povo mato-grossense a enxergar a real movimentação dessas figuras”, explica. 

Para o pedetista, Lúdio criou um factóide político e está se utilizando deste fato para atacar seus adversários. “Eles são seres, eminentemente, políticos. Fazem campanha há muito tempo sempre com o apoio da máquina, com o dinheiro público e ficam atacando os nossos candidatos, que estão tendo arrecadação de dinheiro limpa da iniciativa privada, de pessoas que estão doando livremente sem cobrar nada em troca”, finaliza. 

KAMILA ARRUDA
Da Reportagem Diário de Cuiabá