BANCÁRIOS - Greve começa hoje

Contra “ganância dos patrões” funcionários das agências bancárias de Mato Grosso cruzam os braços por tempo indeterminado

A partir de hoje, agências bancárias de Mato Grosso fecham as portas para atendimento por tempo indeterminado. A greve da categoria, anunciada na última semana, reflete, segundo o Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb-MT), a ganância dos patrões. O Procon estadual alerta os consumidores para as novas possibilidade de efetuar pagamento de contas, evitando prejuízos. 

O presidente do Seeb-MT, José Guerra, contou ao Diário, que no último sábado (27), a categoria foi chamada para uma nova negociação com os empresários, mas as partes ainda assim não chegaram a um acordo. Na primeira negociação, foi apresentado um reajuste de 7% no salário, o que equivale 0,61% de aumento real. 

“Nessa reunião, eles acrescentaram apenas 0,35%, passando o reajuste para 7,35. Não dá nem 1% de aumento real. Os empresários não discutiram questões delicadas, como a demissão, assédio moral, metas abusivas e a falta de segurança”, explicou Guerra. 

Guerra destacou ainda que se trata de um movimento nacional, por isso, a adesão em Mato Grosso é geral. “Nenhuma agência vai funcionar, a greve só acaba quando for apresentada uma proposta digna aos trabalhadores”, finaliza.

Neste ano, a campanha pelo reajuste salarial prevê 12,5% de aumento, bem como melhorias nas condições de trabalho, como investimento na segurança das agências, mais contratações para reduzir as filas de atendimento, fim de metas absurdas e outros. 

O Procon estadual, orienta aos consumidores que não deixem de buscar meios para efetuar o pagamento das contas vencidas nesse período de greve. De acordo com a superintendente do órgão, Gisela Viana, nesses casos, o primeiro passo do consumidor é entrar em contato com o fornecedor. 

“Assim, o consumidor relata o problema, e procura outras formas de pagar a conta, seja pela renovação do boleto, em casas lotéricas ou por meio da internet”, explicou Gisela, destacando que a greve não isenta a responsabilidade de pagar as dívidas. 

Se a empresa não oferecer esses meios, é preciso documentar a ação. Por isso, Viana orienta os consumidores que procurem por unidades do órgão em suas cidades, e protocolem o ocorrido. Já para aqueles que moram em locais onde o Procon não está presente, esse relato deve ser feito por meio de carta. 

Também deve ser relatada a falta de serviços essenciais, tal como reposição de dinheiro nos caixas eletrônicos. “Se o consumidor ver que as máquinas estão precisando de manutenção, não estão com dinheiro para saque, e outros serviços, o fato precisa ser relatado”, disse. 

Para Gisela, é essencial esse feedback com a população, para garantir que o funcionamento esteja de acordo com as necessidades dos consumidores. “Mesmo com a greve, deve-se permanecer o mínimo de atendimento”, finaliza. 

YURI RAMIRES
Reportagem Diário de Cuiabá