ARTICULADOR - Maggi quer Taques e Dilma “alinhados”

A declaração de Blairo Maggi (PR)
ocorreu durante sessão da Comissão
de Meio Ambiente do Senado Federal
O senador mato-grossense defende que a presidente reeleita possa dialogar mais com o novo governador do Estado, Pedro Taques

Considerado como uma possível ponte entre o governador eleito Pedro Taques (PDT) e a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT), o senador Blairo Maggi (PR) já encampou o discurso de conciliação. 

Em discurso no Senado Federal, o republicano pregou a união e lembrou a fala de um segundo mandato com mais diálogo, como preconizou Dilma após ser reeleita. 

“Em seu primeiro discurso a presidente reeleita pregou o diálogo como forma de fazer o País avançar. Considero isso muito importante, principalmente num momento em que o Brasil está dividido entre os que votaram em Dilma e os que não votaram”, disse Maggi. 

A fala do senador foi nesta terça-feira (28), durante sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal (CMA), da qual é presidente. O republicano disse acreditar que ela fará um segundo mandato melhor do que o primeiro. 

O governador eleito disse na última segunda-feira (27) que espera que a presidente reeleita olhe com mais atenção para Mato Grosso e diz contar com apoio do governo federal para destinação de recursos e aplicação de programas. 

Apesar de pertencer a um partido da base aliada da petista, Taques se aliou à oposição e teceu duras críticas à gestão petista. 

Em Mato Grosso, ele esteve ao lado de Aécio Neves (PSDB) desde a pré-campanha, acompanhando o tucano em visitas e até teve a participação dele no programa eleitoral e durante a campanha. 

Ao final do primeiro turno, chegou a contar com Marina Silva (PSB) também, mas nunca declarou apoio à socialista. 

Apesar da ameaça de sofrer punição por ter contrariado a orientação partidária, Taques garante que a legenda respeita sua decisão e prova disso é a composição que foi feita em Mato Grosso para eleição ao governo. 

Quando esteve no Senado, Taques fez parte de grupo de independência com relação ao Palácio do Planalto. Mas, para a cúpula do governo Dilma, o pedetista sempre foi visto como um oposicionista por conta de suas posições. 

Taques chegou a assinar pedidos de abertura de Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs) que investigariam o governo, medida que não agradou em nada ao Planalto. 

No entanto, essa “rixa” entre Dilma e Taques não é de hoje: começou, de fato, na campanha de 2010. Mesmo com o PDT fazendo parte do arco de alianças que ajudou a eleger a petista no primeiro mandato, Dilma se posicionou fortemente pela eleição ao Senado de Blairo Maggi (PR) e Carlos Abicalil (PT) no Estado. Em nenhum momento fez campanha em prol do nome de Taques. 

No primeiro turno deste ano o pedetista respeitou parte do PDT e do PP que apoiavam a reeleição da petista e não pediu votos somente para Aécio Neves, preferiu manter a neutralidade apesar da relação de amizade dos dois. 

MISSÕES – Além de aproximar Taques e Dilma o senador Blairo Maggi tem uma segunda missão, talvez a mais difícil: o republicano precisa garantir que o ministro Neri Geller (PMDB) vai continuar no primeiro escalão da presidente. Dilma já falou em fazer uma reforma ministerial e já “demitiu” publicamente o ministro da Fazenda Guido Mantega. 

Resta saber se Neri faz parte do time que sofrerá corte. Quando foi chamado por Dilma, o peemedebista recebeu garantias de que ficaria. No entanto, seu ministério faz parte da cota do PMDB no governo da petista.

THIAGO ANDRADE
Da Reportagem Diário de Cuiabá