"APOSENTADOS" - Onze “deixam” as atividades políticas

Luiz Marinho, Chico Daltro, Riva,
 J. Barreto, Jayme Campos, Eliene Lima,
Brunetto, Luciane Bezerra, Teté Bezerra,
Malheiros e Azambuja saem de cena
Alguns desistiram de disputar as eleições e outros foram derrotados nas urnas; entre eles, José Riva (PSD) que por 20 anos esteve na ALMT

Alguns políticos terão uma nova carreira a seguir a partir do próximo ano, já que não conseguiram se eleger. Muitos devem seguir cuidando de empresas, fazendas e outros empreendimentos mantidos por eles, além de estar ativos na vida partidária.

A reportagem elencou 11 mandatários que seguirão novos rumos a partir de 2015.

Enquanto alguns não obtiveram êxito nas urnas, outros resolveram não disputar as eleições por motivos pessoais, como o caso de Luiz Marinho (PTB), que deixou a política devido aos problemas de saúde agravados após um derrame em 2011. Mesmo com toda dificuldade, ele continuou o mandato e agora deixará a política, mas também um herdeiro. O irmão, Eduardo Botelho, conseguiu se eleger deputado estadual.

Por motivos de família, Antonio Azambuja (PP) também renunciou à disputa e ficou de fora do pleito. Além das questões pessoais, ele estava insatisfeito já com a sigla. Ele é médico e deverá continuar seguindo a profissão em Pontes e Lacerda.

Outro que optou por não buscar a reeleição foi Alexandre Cesar (PT). Desde 2000, o petista está na disputa eleitoral. Já concorreu à Vice-prefeitura, depois ao governo, à prefeitura de Cuiabá e para deputado estadual.

Agora, ele optou por abrir espaço para novas lideranças e seguir com seus projetos pessoais como o doutorado. Alexandre também possui ainda duas profissões às quais dará sequência: procurador do Estado e professor de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). E como hobby, é vocalista de uma banda de rock.

Depois de oito eleições consecutivas, desde 1988 na vida política, João Malheiros (PR) também decidiu se aposentar e acredita que “chegou a hora de parar”.

Nesta longa trajetória ele venceu quatro disputas para vereador, três para deputado estadual e duas para vice-prefeito, a última delas com Mauro Mendes (PSB), em 2012, mas renunciou e optou por seguir como parlamentar. Sobre os planos futuros, ele ainda está analisando e não há definição.

Já José Riva (PSD), que está há 20 anos na Assembleia Legislativa, tentou se eleger governador, mas acabou barrado pela Justiça Eleitoral por ser ficha suja e agora conta que irá se dedicar à iniciativa privada. Ele possui uma madeireira e também diz que gosta de trabalhar com compra e venda de terras. E avisa: “o político da família agora é a Janaina (Riva)”. A filha dele se elegeu deputada estadual. Só que o social-democrata diz que permanecerá filiado e ajudando o partido, portanto não deixará totalmente a política de lado.

O deputado Jota Barreto (PR) tentou uma vaga na Câmara Federal e não obteve êxito. Ele ficou com a primeira suplência e até pode vir a assumir uma cadeira num possível esquema de rodízio. Mas, independente disso, o republicano conta que irá se reapresentar à Secretaria de Estado de Fazenda, pois é agente de tributos. Ele voltará a morar em Rondonópolis, onde também é sócio de uma rádio desde 1978, antes mesmo de ter sido eleito vereador no município, e garante que esta é sua grande paixão, portanto pretende voltar narrar jogos de futebol, além de dar mais atenção à administração do veículo de comunicação.

Teté Bezerra (PMDB) disputou a eleição para vice-governadora ao lado de Lúdio Cabral (PT), mas não obteve êxito. Ela agora deve seguir na vida partidária, como já fez em outros tempos em que não teve mandatos e pode voltar a disputar a próxima eleição. Esposa de Carlos Bezerra (PMDB), ela poderá vir a substituí-lo em 2018, caso o peemedebista se aposente na política.

Luciane Bezerra (PSB) saiu candidata na segunda suplência de Jayme Campos (DEM), que renunciou. Com a entrada de Rogério Salles (PSDB) na disputa pelo Senado, ela ficou de fora da chapa e priorizou a eleição do marido, Oscar Bezerra (PSB), que irá substituí-la na Assembleia Legislativa.

Após dois mandatos, Ademir Brunetto (PT) não garantiu a reeleição na Assembleia Legislativa e agora deve voltar a se dedicar aos negócios pessoais que possui em Alta Floresta, cidade onde reside com sua família.

Outro que não garantiu a reeleição foi Eliene Lima (PSD) na Câmara Federal depois de dois mandatos consecutivos. Com problemas judiciais e o enfraquecimento de Riva, grande apoiador de suas eleições, o social-democrata não obteve êxito nas urnas. Engenheiro civil e professor no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), ele deve voltar a dar aulas e seguir na vida partidária.

Mesmo com os superpoderes dado ao vice-governador Chico Daltro (PSD), ele não conseguiu se eleger para deputado federal este ano, depois de anos na vida política, a qual começou com mandato de vereador, depois deputado estadual e chegou a assumir uma cadeira na Câmara Federal em 2010, na época como suplente de Pedro Henry (PP). Ele é advogado, bancário e líder sindicalista. Além de permanecer na vida partidária, já que é presidente do PSD em Mato Grosso, ele também deve voltar a advogar.

ALLINE MARQUES
Da Reportagem Diário de Cuiabá