EMPREGOS - Menor oferta em 10 anos

Estado criou em fevereiro 5.159 novas frentes de trabalho. Agropecuária gerou sozinha 57% das vagas 

O mercado formal de trabalho, em Mato Grosso, criou em fevereiro 5.159 postos, a menor oferta dos últimos dez anos para o mês. O resultado só não foi pior, como reflexo das incertezas sobre a economia nacional – especialmente para os segmentos do comércio e da construção civil – porque o Estado está em plena safra agrícola, com colheita da soja e plantio de milho e algodão como opções de safrinha. A agropecuária sustentou a empregabilidade no Estado. 

Sozinha, a atividade criou 2.955 postos de trabalho, quase 60% dos mais de cinco mil do mês passado. O setor de serviços também foi destaque ao somar 1.873 novas vagas. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgado ontem. A performance de fevereiro ficou inferior à registrada em janeiro, quando a criação de vagas somou 6.316. O Caged considera apenas a movimentação celetista, ou seja, aquela feita por meio de registros na carteira de trabalho. 

O saldo de novas vagas, que é o que define de fato a dinâmica do mercado de trabalho, resulta do ritmo de contratações e admissões no período. Em fevereiro foram contratados 39.714 trabalhadores e demitidos 34.555, o que gerou a abertura real de 5.159 novas frentes. Dos principais setores da atividade econômica no Estado - extrativa mineral, indústria de transformação, construção civil, comércio, serviços e agropecuária – apenas o comércio fechou negativo, ou seja, com mais demissões do que contratações. Foram eliminados 401 postos deste segmento. Outros importantes empregadores como indústria a construção civil, ainda não alavancaram as contratações e cada um criou pouco mais de 300 vagas em fevereiro. 

Mesmo com o pior saldo para o mês em dez anos, Mato Grosso encerrou fevereiro como grande empregador do Centro-Oeste. O país, no entanto, registra performance negativa: eliminou 2.415 postos de trabalho, o que na série histórica do Caged, para o mês, é o pior resultado desde 1999. 

BIMESTRE – Com janeiro e fevereiro de fraca geração de empregos, o bimestre não poderia ter outro resultado, a não ser estar abaixo do registrado nos últimos anos. O primeiro bimestre de 2015 gerou 11.715 novas frentes de trabalho no Estado, volume aquém do que registrou em igual momento de anos anteriores, como em 2014, 2012 e 2011, cujo saldo ultrapassou a marca de 18 mil. Na comparação, o primeiro bimestre do ano encerrou com a pior oferta de empregos dos últimos seis anos, superado apenas por 2009, quando a geração atingiu 8.702. Naquele momento, no pós-crise internacional – eclosão da bolha imobiliária nos Estados Unidos – a agricultura e serviços também sustentaram a empregabilidade em índice positivo no Estado, mesmo que em menor volume de vagas, quando comparada a outros períodos. 

Se a agricultura e serviços puxaram a criação de novas frentes, Cuiabá e municípios com vocação agrícola foram os mais movimentaram o mercado local. Conforme o ranking do Caged, que só considera cidades com mais de 30 mil habitantes, Cuiabá, Nova Mutum, Campo Verde, Primavera Do Leste, e Pontes e Lacerda, nessa ordem, foram os que mais empregaram em fevereiro.

JANEIRO – No primeiro mês do ano foram criadas no Estado 6.316 novas vagas. Desse total mais de 4,7 ofertadas pela agropecuária e outras 945 pelo setor de serviços. O destaque negativo foi a construção civil que fechou com o corte de mais de 240 postos, reflexo do fim dos contratos das obras de mobilidade urbana, por exemplo. 

MARIANNA PERES
Da Editoria Diário de Cuiabá