CPI DAS OBRAS DA COPA - Superintendente da Caixa depõe na 4ª

Carlos Roberto Ferreira irá depor como testemunha, assim como Valter Boulos do consórcio Planservi Sondotécnica e Marcelo Zavan da CGE

Os deputados membros da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura irregularidades nas obras de mobilidade da Copa do Mundo, irão ouvir amanhã (22) o superintendente da Caixa Econômica Federal em Mato Grosso, Carlos Roberto Ferreira, o representante legal do Consórcio Planservi Sondotécnica, Valter Boulos, e o auditor Marcelo Zavan, também responsável pelo relatório feito pela Controladoria-Geral do Estado (CGE) sobre as obras. 

Ferreira deverá explicar sobre a liberação dos recursos para as obras, uma vez que parte da verba aprovada em financiamento saiu da CEF. Ele deverá falar sobre as medições necessárias para garantir que o dinheiro seja liberado e ainda sobre a autorização para a troca do modal de transporte de Bus Rapid Transit (BRT) para Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). 

Já o representante da Planservi deverá explicar os relatórios elaborados pela empresa mensalmente, entregues à Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), que apontavam inúmeras falhas e irregularidades na obra do VLT. A empresa foi contratada pela Pasta para fiscalizar o empreendimento e teria feito inúmeros alertas ao secretário e até mesmo ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB) sobre os problemas técnicos, dentre eles, o da avenida Fernando Corrêa, ao lado do viaduto da UFMT. 

Já o auditor deverá sanar algumas dúvidas dos parlamentares sobre o relatório elaboradora pela CGE. Outros auditores já foram ouvidos, assim como o controlador-geral do Estado, Ciro Rodolpho Gonçalves, que também já esteve presente na CPI. 

Os deputados ouviram na semana passada o ex-secretário de Estado Eder Moraes. O depoimento foi considerado morno e ele poderá ser chamado novamente para ser ouvido na posição de acusado. Uma acareação entre ele e ex-secretário da Copa, Maurício Guimarães, também não descartada. 

Os parlamentares inclusive já aprovaram a convocação de Guimarães na CPI, assim como é aguardada a ida do ex-deputado José Riva (PSD), no dia 5 de maio e do ex-governador Silval Barbosa no dia 2 de junho. Outro convocado foi o ex-assessor da Vice-governadoria, Rowles Magalhães, autor de uma denúncia referente ao pagamento de propina no valor de R$ 80 milhões para garantir que o consórcio VLT saísse vencedor do certame. Ele mesmo teria negociado o esquema, na época como assessor do vice-governador Chico Daltro (PSD). As datas dos depoimentos de Maurício e Rowles ainda não foram definidas. 

A CPI da Copa aguarda ainda o encaminhamento de dados referentes às investigações feitas pelo Ministério Público Estadual. Os promotores haviam sido convocados, mas encaminharam ofício alegando uma resolução do órgão impedindo-os de emitir opiniões. 

Após ouvir todos os envolvidos, os deputados devem se debruçar sobre a elaboração dos relatórios. A CPI foi dividida em três sub-relatorias: projetos, contratos e obras. A expectativa é de que seja concluída após seis meses de trabalho. 

ALLINE MARQUES
Da Reportagem Diário de Cuiabá