O presidente estadual do PMDB oficializou em Brasília o convite aos dois senadores Mato-grossenses para que ambos ingressem as fileiras da legenda
A decisão unanime dos ministros do Supremo Tribunal Federal – STF, de que não persiste a tese da fidelidade partidária para aqueles eleitos em disputas majoritárias (presidente da República, senador, governador e prefeito) já que os mesmos dependeram somente dos seus votos e não como os proporcionais (deputados federais, estaduais e vereadores), disparou uma série de conversações em Brasília que já está em clima de Reforma Política e de eleições.
O deputado, Carlos Bezerra, presidente estadual do PMDB teria conversado com o senador Blairo Maggi, líder do PR que já vinha sendo cortejado pelo vice-presidente da República, Michel Temer e pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, todos do PMDB, antes da decisão do STF e sinalizava que se a Reforma Política colocasse em prática o que se convencionou de ‘Freio de Arrumação’, que seria um prazo de 60 dias para que os políticos com mandato eletivo pudessem trocar de siglas sem sofrerem ações por infidelidade partidária.
Mas as ações de Carlos Bezerra que é tido como articulador dentro do partido foi mais além. Ele também assediou o senador José Medeiro, líder do PPS partido que está em vias de se fundir com o PSB criando o PPSB.
Medeiros é visto hoje como uma grata satisfação na política de Mato Grosso e dentro do Senado pelo seu posicionamento, mas ele preferiu não entrar na seara de troca de partidos. “Primeiro penso em me firmar como senador. Fui eleito, cumpro meu mandato, mas acho que devo uma satisfação ao cidadão de Mato Grosso para depois pensar numa eventual nova eleição que virá só em 2018”, disse José Medeiros.
Novel em política partidária (José Medeiro foi eleito em 2010, suplente do então senador hoje governador Pedro Taques – PDT), mas por ter uma postura independente e sem atrelamento a grupos é visto como uma revelação na atual legislatura do Senado da República.
Mesmo que a decisão dos ministros do Supremo não tivesse sido favoráveis aos eleitos por cargos majoritários, o fato de o seu partido PPS, estar em vias de ser incorporado pelo PSB, abriria perspectivas para que José Medeiros, descontente procurasse outra sigla sem sofrer nenhum tipo de sanção legal por isso.
O presidente do PMDB em Mato Grosso, Carlos Bezerra tergiversou a respeito das possíveis novas filiações de Mato Grosso em agremiação, principalmente por estarem elas sendo arregimentadas pela cúpula nacional do PMDB, e se limitou a declarar que o partido é muito assediado, mas que via como importante a chegada de políticos de expressão que reforçariam e oxigenariam a agremiação que é hoje a maior do Brasil.
Mesmo assim, o presidente da sigla em Mato Grosso, Carlos Bezerra que é considerado como cacique por conduzir a mesma com mão de ferro, apontou que a chegada de novos nomes coloca o PMDB de novo na linha de partido em condições de disputar qualquer cargo eletivo em Mato Grosso.
MARCOS LEMOS
Da Reportagem Diário de Cuiabá
