PDT vai lançar Manifesto por Taques

Senadores e deputados organizam um abaixo-assinado pela permanência e para que o mato-grossense assuma a presidência nacional do partido 

A representação do PDT no Senado, composta por cinco senadores - Cristovan Buarque, José Reguffe, ambos de Brasília, Lasier Martins (RS), Telmário Mota (RR) e Acir Gurgacz (RO), além dos 19 deputados federais – vai assinar um documento em apoio à permanência do governador Pedro Taques nas fileiras pedetistas e defender uma renovação no Diretório Nacional com os principais nomes da sigla ocupando posições de destaque, inclusive por parte do também governador Waldez Góis do Amapá. 

“Estamos mais convictos do que nunca de que existe espaço para o governador Pedro Taques permanecer no partido, pois as divergências de opinião existem em todas as siglas e as convivências de ideias antagônicas são combustíveis até para a existência e a renovação do partido”, disse o deputado Leonardo Albuquerque (PDT) que é também vice-líder do governo na Assembleia Legislativa. 

Leonardo Albuquerque demonstrou tanta convicção da permanência do governador Pedro Taques, que admitiu não pretender deixar a sigla pedetista e que tem recebido manifestações de todos com mandatos eletivos no Senado e na Câmara Federal pela permanência do chefe do Executivo mato-grossense na sigla, que deverá assumir posturas mais independentes diante dos próximos pleitos, os municipais em 2016 e os federais em 2018. 

Aliás, um dos grandes questionamentos que levaram Pedro Taques ao confronto com a direção nacional do PDT foi o fato de a sigla participar do governo da presidente Dilma Rousseff ocupando o Ministério do Trabalho, primeiro com o atual presidente nacional, Carlos Luppi, que acabou desalojado do cargo por suspeitas de improbidade administrativa não comprovada, e agora com a ocupação do mesmo cargo por Manoel Dias. 

Leonardo Oliveira sintetizou que neste ano se iniciou uma série de discussões internas para ver os rumos que o PDT vai tomar em relação às eleições municipais e as futuras eleições de 2018 quando estará em disputa a Presidência da República, os 27 governos dos Estados, dois terços das vagas para o Senado ou 54 cadeiras; 513 cadeiras de deputado federal e 1.060 deputados estaduais. 

“Acredito na renovação do PDT e de sua postura mais independente em relação às políticas públicas. Do que adianta fazer parte de um governo federal se o tratamento com Estados como Mato Grosso não tem representado nem mesmo o cumprimento das obrigações legais, como os recursos devidos pelo Ministério da Fazenda referente ao Fundo de Exportações (FEX) de 2014 no valor de R$ 400 milhões e de 2015 no valor de R$ 450 milhões?”, questionou Leonardo Oliveira, lembrando ainda que como deputado do interior é cobrado, já que 25% destes recursos são dos municípios de Mato Grosso. 

Já o próprio governador considera difícil sua permanência, mas como não esperava o assédio que vem recebendo de diversas siglas, tem optado pela cautela quanto ao seu futuro político, já que só disputará eleições em 2018, quando precisará estar filiado. 

Taques, no entanto, tem dito a interlocutores que está mais preocupado em solucionar os problemas de Mato Grosso do que pensando em questões partidárias.

MARCOS LEMOS
Da Reportagem Diário de Cuiabá