EXPORTAÇÕES - Queda de 24% em 2015

Mato Grosso encerrou o primeiro semestre do ano com saldo negativo. Soja em grão, milho e carne patinam

Nem mesmo o boom das exportações de soja em grão no mês de junho foi suficiente para evitar a manutenção da trajetória de queda sobre a receita do comércio internacional de Mato Grosso. O faturamento do primeiro semestre encolheu 24,46% em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os embarques mato-grossenses somaram US$ 6,54 bilhões contra US$ 8,65 bilhões de igual período de 2014. No mês passado, a soja em grão liderou os embarques registrando o maior valor de exportação brasileira no acumulado do ano, US$ 12,5 bilhões. Em Mato Grosso a commodity é o carro-chefe da pauta e contribuiu com pouco mais de 30% do faturamento nacional. 

A recorrente performance negativa das exportações reflete a menor demanda pela soja, pelo milho e pelos cortes bovinos, commodities de peso no comércio exterior estadual. Outro fator que explica a queda, confirmada pelo recuo de 4,42% no volume físico total comercializado neste primeiro semestre, é a menor atuação da China, maior parceiro comercial do Estado, bem como do Brasil. 

Se no Brasil o faturamento da soja em grão foi recorde, o mesmo não foi registrado no Estado que é o maior produtor do país. De janeiro a junho a receita gerada pelas exportações da commodity está 32% abaixo da cifra registra em igual momento do ano passado. Nesse semestre a movimentação somou US$ 3,76 bilhões contra US% 5,54 bilhões. 

O milho, segundo produto de maior peso financeiro na composição do faturamento da pauta mato-grossense, encerrou o primeiro semestre com queda de 0,16% em relação a 2014. Até junho a receita do cereal somava US$ 570 milhões contra US$ 570,96 milhões na comparação anual. Com a colheita em andamento no Estado, o milho ainda não atingiu o pico da janela de exportações, que se abre a partir de julho. Com uma produção acima do esperado, a commodity pode encerrar o ano com faturamento positivo. 

A carne bovina registrou retração anual de 16,31%, foram US$ 411,04 milhões acumulados de janeiro a junho contra US$ 491,13 milhões. 

DESTINOS – A China reduziu suas compras em mais de 32% nesse primeiro semestre quando comparado ao mesmo período do ano passado. Como revelam os dados do MDIC, em 2015 os negócios com os chineses somaram US$ 2,60 bilhões ante US$ 3,84 bilhões. Com esse saldo acumulado, a China deixou de ser responsável por quase 45% da receita estadual, para participar com 39,83%. 

A inversão no ranking dos maiores parceiros comerciais se dá nas posições seguintes. A China segue em primeiro, mas em segundo está a Indonésia com importações de US$ 443,18 milhões, expansão anual de 26%. Em terceiro estão os Países Baixos (Holanda) com US$ 305,22 milhões, mas com queda no consumo de 64,64%, a Tailândia com US$ 293,24 milhões e crescimento anual de 48,45% e o Irã com US$ 244.13 milhões, alta anual de 88,13%. 

MARIANNA PERES
Da Editoria Diário de Cuiabá