ED UCAÇÃO - Professores de Várzea Grande entram em greve

Sindicato não aceita reajuste salarial de 13,6% e 20 mil alunos vão ficar sem aula por tempo indeterminado em Várzea Grande

O Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep) de Várzea Grande recusou a segunda proposta ofertada pela nova gestão municipal e a categoria entrou em greve por tempo indeterminado. Ao todo, das 84 unidades, 57 já teriam sinalizado pela adesão. 

Dentre as reivindicações, está o aumento do salário dos profissionais da educação, não somente dos professores, também dos técnicos. 

Estima-se que mais de 20 mil alunos sejam prejudicados com a greve. Um levantamento das unidades que vão paralisar as atividades está sendo feito. 

A secretária de Educação do município, Zilda Pereira Leite, explicou que, no entanto, a lei 11.738/2008 dispõe sobre o reajuste do salário dos professores todos os anos, no mês de janeiro, não abarcando a categoria dos técnicos. Ela reconheceu que não houve o aumento e, quando calculado, foi apresentado aos profissionais. 

“A lei só reconhece profissionais do magistério, que são aqueles que desempenham a docência, suporte pedagógico, direção, administração, planejamento, supervisão, orientação e coordenação educacional. Logo, os técnicos não estão incluídos”, disse. 

Sendo assim, a primeira proposta, apresentada em 12 de maio, foi de 13,66% em quatro parcelas, ou 6,22% para todos os funcionários, conforme requereu o sindicato. No entanto foi rejeitada. 

No último dia 27, outra proposta foi dada. Conforme Gilmar Soares, presidente do sindicato, a prefeitura apresentou outras duas propostas para a equiparação salarial. 

“Foram dadas as opções de 13,66% em duas vazes para todos os professores, ou 8,5% para todos os funcionários da educação, incluindo técnicos, já na folha de agosto. Ambas foram recusadas”, disse. 

Na visão do sindicato, é tudo ou nada. “Sabemos que há recursos suficientes para conceder o aumento de 13,66% para todos, por isso, não vamos recuar enquanto a proposta não for aceita”, explicou Gilmar. 

Professora aposentada, Zilda reconheceu que o salário precisa ser reajustado, mas, segundo ela, é impossível que a Pasta assuma essa demanda agora. 

“Temos que levar em consideração a nossa situação financeira atual e o que temos dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal, não podemos ultrapassar 50% e já estamos em 46,79%”, afirmou. 

A gestora explicou que aguarda agora o sindicato para uma negociação sincera, com base no que diz respeito à atual arrecadação da pasta. 

“A luta é justa, mas não dá para fazer nada do dia para a noite. Precisamos de um sindicato desarmado para, juntos, acharmos uma saída”, disse. 

Por ora, não há agenda de negociação entre município e sindicato. 

Reportagem Diário de Cuiabá