Principais líderes políticos do partido – incluindo José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin – compareceram ao evento que marcou a filiação do governador
Em um ato muito concorrido ontem em Cuiabá, o governador Pedro Taques foi recebido no PSDB com status de liderança nacional. Seu nome foi aclamado como uma renovação não apenas de quadro, mas de discurso ético, transparente e de combate árduo contra a corrupção. Tema, aliás, tratado em discursos, sempre com referência aos escândalos do governo PT. O evento aconteceu no Hotel Fazenda Mato Grosso.
“O PSDB hoje se chama partido do governador Pedro Taques”, disse o presidente nacional da sigla tucana, o senador Aécio Neves, sinalizando guardar uma recordação da campanha presidencial em Cuiabá quando em plena Praça Ipiranga, Pedro Taques, falando aos presentes, disse a todos que seu nome a partir daquele momento seria Aécio Neves.
À época, ainda no primeiro turno das eleições presidenciais de 2014, Aécio perdia nas pesquisas eleitorais para Marina Silva (PSB), a segunda colocada, o que não se confirmou nas urnas. Já Pedro Taques, em nenhum momento, teve sua campanha ao governo de Mato Grosso sob risco de derrota.
“Vim para trabalhar, pois não aceito o que acontece aqui neste país”, disse Pedro Taques, alertando que o silêncio incomoda e muito, pois ele é a arma daqueles que só trabalham o poder público em proveito próprio.
“Não posso aceitar que as pessoas perderam a capacidade de se indignar com o que aí está”, disse Taques, no único momento em que se referiu aos seus adversários prediletos, os petistas.
No decorrer do seu discurso Pedro Taques assinalou que Fernando Henrique venceu as eleições para presidente em Mato Grosso. José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves, mesmo perdendo as eleições em nível nacional, foram vencedores no Estado. “Mato Grosso é PSDB”, disse ele justificando a moeda Real que deu respeito ao povo, a Lei de Responsabilidade Fiscal como grandes feitos do PSDB. E disparou: “Se eu estivesse lá teria votado em Tancredo Neves, teria assinado a Constituição do Brasil [que é anterior à existência do PSDB] e teria participado dos momentos mais importantes do Brasil e que estão sendo jogados fora pela leniência e desrespeito dos atuais governos pela população e pelo país”, frisou.
Todos os governadores presentes - Geraldo Alckmin (SP); Marconi Perillo (GO); Reinaldo Azambuja (MS); Beto Richa (PR) e Simão Jatene (PA) - foram unânimes de que a conduta ética e de probidade de Pedro Taques o tornam um dos melhores quadros do PSDB para qualquer disputa eleitoral futura.
Os senadores José Serra (SP) e Amélia Lemos (RS) frisaram que o Senado da República perdeu com a saída de Taques, mas Mato Grosso e o Brasil ganharam.
Sob a égide da potencialidade de Mato Grosso e do agronegócio que estão sustentando a economia do Brasil, todos conclamaram o país e a população a resistir ao que Alckmin chamou de “a desgraça do país que é o PT e a prostituição dos juros que acabaram com a economia pujante da Nação”.
Ao final Pedro Taques disse que o povo está cansado dos políticos, pois eles falam muito, e afirmou que a hora é de trabalhar para ter o que mostrar no futuro, ou seja, nas eleições.
MARCOS LEMOS
Da Reportagem Diário de Cuiabá