Autorização da Petrobras encarece o que já era caro e Mato Grosso segue exibindo o GLP mais caro do país
O tenebroso “setembro negro” mal começou, mas já trouxe um forte impacto sobre um dos produtos de primeira necessidade das famílias, o gás de cozinha. A Petrobras autorizou o aumento do preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) vendido em botijões de 13 quilos, majoração que está valendo desde ontem e deve ter um efeito médio de 15% nas refinarias. Conforme sondagem realizada pelo Diário, os revendedores ouvidos pela reportagem em Cuiabá e Várzea Grande disseram que receberam carregamento novo ontem e por isso tiveram de reajustar os preços ao consumidor, o que em geral ficou cerca de R$ 10 mais caro, passando de algo em torno de R$ 65 para R$ 75.
A alta mantém Mato Grosso na liderança nacional com o maior valor para o botijão de 13 quilos, conforme levantamento semanal da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os valores sofrem alterações, como reforçam os vendedores, quando têm de fazer entregas em lugares mais distantes e fora da rota habitual, ou mesmo quando a forma de pagamento é via cartão de crédito.
Em setembro de 2012, por exemplo, em uma pesquisa realizada pelo Diário, o GLP entregue em domicílio em Cuiabá e Várzea Grande variava de R$ 49 a R$ 55, tendo médias entre R$ 50 e R$ 52. Levando em consideração o preço médio atual - antes do aumento autorizado pela Estatal - apurado pela ANP, de R$ 60,77, e a média de R$ 52 de três anos, houve incremento de quase 17%. Já ao considerar o preço médio atual de Mato Grosso de R$ 60,77 e calcular a alta projetada de cerca de 15%, o novo valor será de R$ 76,78. Ainda com base na atual planilha de preços da ANP, coletada entre os dias 23 e 29 de agosto, o menor valor encontrado no Estado foi de R$ 52 e o maior de R$ 69.
Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), que reúne as principais distribuidoras, ressalta que o reajuste médio será 15% nas refinarias. “O Sindigás esclarece que, como os preços são livres em todos os elos da cadeia e o mercado tem autonomia para fixá-los, a alta do preço do produto nas refinarias aumenta a pressão de custos sobre o Gás LP para o consumidor final”, informa a nota.
O presidente da entidade, Sérgio Bandeira de Mello, frisa que os reajustes vão variar de acordo com o local de entrega, alguns de 9,5% até 17%. E ao considerar fretes, Mato Grosso poderá ter os custos ainda mais onerados e um preço final mais caro ao consumidor.
O Sindigás orienta os consumidores a pesquisar os valores cobrados pelas revendas para escolher aquele fornecedor que tenha os preços mais vantajosos, oferecendo também os melhores serviços e produtos.
CONTABILIZANDO – Um revendedor de Várzea Grande, que pediu para não ter seu nome divulgado e tão pouco da sua empresa, explica que entende as reclamações dos consumidores. “Afinal, o gás é necessário e quando acaba não tem alternativa e requer um desembolso considerável. Mas é preciso considerar que um botijão de R$ 75 custa ao dia, ao longo do mês R$ 2,50. Essa conta ninguém faz. Um benefício diário por R$ 2,50”.
MARIANNA PERES
Da Editoria Diário de Cuiabá
Da Editoria Diário de Cuiabá