“BIG BROTHER” - Mais de 25 mil câmeras vigiam cuiabanos

Seja na rua, seja em prédios, residências e comércios, ninguém mais está livre de ser filmado ou fotografado no ambiente urbano

Em Cuiabá há muitos mais “olhos que tudo veem” do que se pode imaginar. Estima-se que haja mais de 25 mil câmeras monitorando os movimentos e as atitudes daqueles que cruzam portarias e circulam ruas, avenidas, em ambientes públicos ou privados. 

Isso, sem contar os milhares de telefones celulares que estão prontos ou filmando o tempo todo. Essa vigilância toda, não no caso dos celulares, tem a finalidade de prevenir infrações e atos de violência, seja nas ruas (no trânsito), no comércio ou em residência. Entretanto, nunca é demais alertar sobre os cuidados com as próprias atitudes. Não é exagero dizer que vivemos um tempo em que todos estamos sendo, de alguma maneira, vigiados. 

Recentemente, um grave acidente na Avenida do CPA, no qual morreram o motorista de uma camionete e uma mulher que estava em um ponto de ônibus, pôde ser melhor esclarecido com as imagens de câmeras de vigilância de comércios situados na região. 

De acordo com dados do Sindicato dos Empregados em Edifícios e Condomínios Comerciais e Residenciais de Cuiabá (Sempec) em média são 16 câmeras por condomínio. Somente na capital mato-grossense, 1.200 unidades condôminas comerciais e residenciais (horizontais e verticais) empregam quase 10 mil pessoas. 

Conforme o diretor institucional do Sempec, Adalton Muniz de Moura, 4.800 desses trabalhadores, 48% são porteiros que atuam com sistema de vigilância eletrônica. Em condomínios nobres, com moradores de maior poder aquisitivo, observa Moura, o número de câmeras passa de 50. Além de câmeras acompanhando o que acontece em quase todos os ambientes, há funcionários com funções específicas para operar esses equipamentos, assim como centrais que permitem que o próprio condomínio controle a captura e destinação das imagens. 

Já existe até escola que forma operador de sistema de vigilância eletrônica. O curso é rápido, dura cinco dias e custa R$ 500. O salário inicial desse cargo, previsto em acordo coletivo firmado em 2014 entre patrões e empregados, é de R$ 1.040. 

Há ainda, em residências, comércio e condomínios, as portarias de acesso remoto, que não se ocupam de serviços de porteiros, mas são operados pelos moradores por controles eletrônicos individuais. 

O presidente do Sindicato dos Condomínios de Cuiabá, Laurindo Benteo Luiz, diz que todos os recursos disponíveis estão sendo usados buscando mais segurança. Ele diz que as câmeras de vídeos são os meios mais utilizados, mas muitos condomínios acrescentam a presença humana, com guardas e seguranças armados e rondas motorizadas. 

ALECY ALVES
Da Reportagem Diário de Cuiabá