O Estado não teria condições energéticas para manter o funcionamento do modal, afirma Luiz Antônio Pagot
Em meio todos os problemas que já assombram a instalação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande, um novo foi colocado em discussão pelo ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot. Segundo ele, o Estado não teria condições energéticas para manter o funcionamento do modal.
A afirmação de Pagot foi feita no final do mês passado, em depoimento à CPI das Obras da Copa, na Assembleia Legislativa. Na oportunidade, ele ressaltou que várias questões técnicas para implantação do modal foram ignoradas.
Entre elas, estaria a questão do consumo de energia. Pagot lembrou que, até naquele dia, o projeto estava sendo desprezado e que 32 estações necessárias para alimentar os vagões com energia elétrica não existiam.
De acordo com o projeto do modal, são 12 estações de energia. Três delas já estão concluídas e duas estavam em processo de construção. As outras sete que faltam dependem das desapropriações e desocupações para serem construídas, informou o Consórcio VLT, responsável pelas obras do modal.
Pagot explicou ainda que foi contra os dois modais apresentados, o VLT e o BRT. Ele ainda teria ficado temeroso, porque as empresas não tinham condições técnicas de executar as obras.
Até janeiro, o contrato entre Governo e Consórcio VLT está suspenso. Até lá, uma consultoria que está em fase de contratação vai apontar o caminho que deve ser tomado pelo executivo para viabilizar a obra.
Para terminar a obra, hoje, faltam em torno de R$ 750 milhões na visão do Estado; já na do Consórcio, faltam R$ 1 bilhão.
A consultoria também vai apontar qual seria o valor real dessa conta.
Está sendo esperada ainda que uma revisão da matriz de transporte seja feita, bem como o custo de operação. Isso vai ajudar a definir o aporte anual e mensal que o Estado dará, visando a oferecer uma tarifa viável ao usuário no futuro.
Três empresas de São Paulo estão concorrendo ao certame, sendo elas: Accenture do Brasil LTDA; Cinclus Engineering Consultancy; e a KPMG. A expectativa era de que o governo analisasse os documentos até o dia 30, e divulgasse o resultado da licitação no dia 1ª de outubro, o que não aconteceu.
O DIÁRIO entrou em contato com a Secretaria de Estado das Cidades (Secid) e, por meio da assessoria de imprensa, foi informado de que a pasta vai se inteirar sobre o assunto e se posicionar nos próximos dias. Já o Consórcio VLT informou que não vai se manifestar sobre o assunto.
Estima-se que, uma vez reiniciada a obra do VLT, em algum momento do ano 2016, o modal fique pronto depois de dois anos.
YURI RAMIRES
Da Reportagem Diário de Cuiabá