TRANSPORTE COLETIVO - R$ 1 a mais para ir e vir

Depois de meses de discussão, o valor da passagem de ônibus está definido e será de R$ 3,60

Os usuários do transporte coletivo em Cuiabá e Várzea Grande passam, a partir de 1° de março, a desembolsar R$ 1 a mais para pagar a condução de ida e volta. Isso porque, depois de meses de discussão, o valor da tarifa do transporte público está definido. A dúvida estaria no valor R$ 3,60 (com isenção do ICMS sobre o combustível) e R$ 3,80 (sem a isenção). Ficou decidido, após assinatura do governador Pedro Taques (PSDB), concedendo a isenção, que a nova tarifa será de R$ 3,60. Desta forma, quem gastava R$ 6,20 nas passagens de ida e volta, vai passar a pagar R$ 7,20. 

Na manhã de ontem, o governador Pedro Taques (PSDB) assinou decreto que concede a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do óleo diesel para as concessionárias responsáveis pelo transporte público em Cuiabá. Segundo Taques, a isenção do imposto é de interesse público e social e tem como principal objetivo diminuir o impacto na vida do cidadão cuiabano. 

Com o novo valor, a passagem do transporte coletivo da capital sofre um aumento de 16%, passando dos atuais R$ 3,10 para R$ 3,60. Sem a isenção, o aumento seria de 22%, com valor final da passagem estipulado em 3,80. 

Em reunião com prefeito Mauro Mendes (PSB) na última segunda-feira (22), o governador teria apontado inclusive a necessidade de a tarifa ser menor ainda. Taques pediu que a planilha fosse reavaliada pela prefeitura de Cuiabá. O prefeito Mauro Mendes se comprometeu e estudar a situação junto à equipe técnica. 

O valor da tarifa, segundo a Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec), é fruto de uma planilha aprovada pelo Conselho Participativo da agência, que é composto por 36 membros. Nessa planilha, apresentada em audiência pública, o cálculo da tarifa é feito o valor total de custo das empresas ao ano, dividido pelo número de passageiros pagantes. Cerca de 5,1 milhões ao mês utilizam o transporte público; destes, pouco mais de três milhões são pagantes. Valores como salário dos colaboradores, custo do óleo diesel, pneus, entre outros, entram no cálculo. A Arsec garante que a tabela é aprovada em todo o Brasil e não foi contestada pelos membros do conselho. 

Para a autônoma Ana Paula de França, o aumento da tarifa, mesmo menor que os R$ 3,80 cogitados, é irreal para as condições do cuiabano. “Hoje nós somos obrigados a utilizar um transporte sucateado, ônibus velhos, sem ar-condicionado. Já vimos muitos casos de ônibus pegar fogo, sair roda. Você acha justo que um transporte tão precário deste seja este valor?”, indaga ela. 

Hoje, três empresas operam no transporte público de Cuiabá. Ao todo são 421 ônibus, sendo 369 operantes e 52 reservas, além de 56 micro-ônibus.

Fonte: ALINE ALMEIDA
Reportagem Diário de Cuiabá