TRANSPORTE - Governo deve isentar

Estado estuda conceder a isenção do ICMS do óleo diesel e a tarifa de ônibus deve aumentar menos

Tudo indica que o novo valor da tarifa do transporte público em Cuiabá ficará mesmo em R$ 3,60. Ontem, o prefeito Mauro Mendes (PSB) e o governador Pedro Taques (PSDB) estiveram reunidos no Palácio Paiaguás para discutir sobre a isenção ou não do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços no valor do óleo diese. 

A decisão tem impacto direto no valor da tarifa, que pode ser de R$ 3,60 (com isenção do combustível) e R$ 3,80 (sem a isenção). O governador deve se reunir, nos próximos dois dias, com o secretário de Fazenda Paulo Brustolin para discutir o assunto. Contudo, o prefeito Mauro Mendes já confirmou que, no próximo final de semana, o novo preço passará a valer. 

Durante a reunião, Taques chegou a mencionar a possibilidade de a tarifa ser menor ainda que R$ 3,60. Para o governador, o impacto maior quem sofrerá será o cidadão. Mauro Mendes, por sua vez, garantiu um estudo para saber da possibilidade técnica de se reduzir a tarifa. 

Hoje cerca de 500 mil usuários utilizam o transporte público em Cuiabá e Várzea Grande. Mendes acredita que o grande fator que compromete o valor da tarifa em Cuiabá é o número de isenções. “Ao longo dos anos foram incorporadas várias isenções e, a cada dia que passa, aqueles que pagam têm que pagar mais caro. Outro problema é que, com a crise, muitas pessoas perderam o emprego e consequentemente reduziu o número de passageiros”, disse o prefeito. 

Diante desta situação, segundo Mauro Mendes, a única solução foi apelar ao Governo para que mantivesse a isenção do óleo diesel. 

Se o Governo não conceder a desoneração do ICMS, em menos de dois anos a tarifa do transporte público de Cuiabá pode aumentar em mais de 40%. Em 2014, o valor era de R$ 2,60, passou a custar R$ 2,80. Em 2015, de R$ 2,80 saltou para R$ 3,10. 

A MAIS CARA – O valor Dilemário Alencar (PTB), confirmou que deve recorrer na justiça caso o valor da tarifa aumente. “Caso prospere o percentual de aumento na tarifa de 22,60%, poderá este ser o maior registrado no Brasil, fazendo Cuiabá ter a tarifa mais cara entre as capitais brasileiras”. 

O valor da tarifa é uma das grandes reclamações dos usuários do transporte. Segundo os passageiros, a má qualidade dos ônibus, a falta de ar-condicionado nos coletivos, a demora nos pontos - que na maioria das vezes são descobertos – são situações que não corroboram com a necessidade do aumento. 

“Depender do transporte público de Cuiabá é a pior coisa que existe. Ônibus demorados, veículos sucateados, motoristas despreparados. Não tem motivo para ser esse preço. O valor é absurdo, a qualidade do nosso transporte não justifica o preço”, afirma o analista de sistema Renan Dias Tavares.

ALINE ALMEIDA
Reportagem Diário de Cuiabá