O governador reafirmou o seu compromisso no combate à corrupção e declarou que tem confiança no ex-secretário Permínio Pinto (PSDB)
O governador Pedro Taques (PSDB) anunciou apoio às investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) relacionadas à operação Rêmora, que culminou na prisão de servidores lotados na Secretaria de Estado de Educação suspeitos de cobrar propina de empreiteiras em contratos avaliados em até R$ 56 milhões. Taques afirmou que lamenta o episódio em sua gestão, mas reiterou seu compromisso de agir com transparência e seriedade para prestar os esclarecimentos necessários à sociedade.
“Eu tenho 22 anos de vida profissional na qual combato a corrupção, mas nunca tive como ideal acabar com a corrupção. Isso é utópico. Infelizmente, isso é da natureza humana. A questão é combater a corrupção. Não podemos tolerar e os órgãos de investigação têm meu total apoio”, disse ontem (4) durante coletiva.
Em relação ao ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB), que pediu afastamento do cargo após o escândalo de corrupção vir à tona, Taques afirmou que acredita em sua inocência e não pode tecer comentários a respeito, pois não teve acesso aos autos da investigação encaminhados ao Judiciário.
“Eu acredito na inocência do Permínio, até porque não tenho elementos para fazer juízo de valor a respeito da ação dele. A própria juíza Selma Arruda [da 7ª Vara Criminal de Cuiabá] afirmou na sentença que não vê indícios do envolvimento dele nas fraudes. Ela conhece os autos, eu não conheço. Tudo que eu sei, li na imprensa”, disse.
Questionado a respeito do depoimento do empresário Ricardo Augusto Sguarezi de que contou ao ex-secretário Permínio Pinto o esquema de cobrança de propina, mas somente o orientou a efetuar o pagamento, não autorizando nenhuma investigação, Taques pregou cautela. “Não tive acesso a este documento, portanto não posso fazer opinião ou prejulgamento”, comentou.
Taques ainda avaliou que, apesar do esforço diário de sua equipe para combater a corrupção, ainda existem falhas no sistema de controle, o que em tese favorece atividades ilícitas.
“Existiram, sim, falhas no controle. Não dá para dourar a pílula. Mas já estamos trabalhando para que isso não ocorra mais. A Controladoria Geral vai pedir cópia dos autos da Operação para que possamos trabalhar em cima do que está escrito lá”, afirmou.
Taques reiterou diversas vezes na entrevista coletiva que considera as fraudes um episódio lamentável e considera imperdoável qualquer ato de corrupção.
“A Operação de ontem é, pra mim, e pra todos os cidadãos de bem, um misto de tristeza e alegria. Tristeza porque, infelizmente, os nossos mecanismos de controle não detectaram as fraudes. E alegria porque as instituições estão funcionando”, explicou.
O governador afirmou ainda que sabe da existência de corrupção no seu governo.
“É quase impossível não ter corrupção. A questão não é ter corrupção, a questão é combater a corrupção. Existe corrupção no mundo todo, na Suíça, na Dinamarca, nos Estados Unidos, e é claro que nós não podemos tolerar isso. Não há tolerância para corrupção, não há desculpa para corrupção”, relatou.
RAFAEL COSTA
Reportagem Diário de Cuiabá