Mato Grosso perde um dos seus expoentes políticos. O senador Jonas Pinheiro faleceu ontem às 21h35 vítima de falência múltipla dos órgõas
Morreu ontem às 21h35 o senador Jonas Pinheiro (DEM), vítima de falência múltipla dos órgãos. Na segunda-feira, os médicos haviam constatado a morte cerebral. O último boletim médico, divulgado por volta das 15h de ontem, foi atestado instabilidade no quadro cardíaco, o primeiro desdobramento da morte cerebral.
O velório acontece hoje na residência da família, em Santo Antonio do Leverger. Ele completou ontem 10 dias de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar do agravamento do quadro de saúde anteontem, a família em nenhum momento aceitou a hipótese de desligamento dos aparelhos, comum nos casos de morte cerebral. Católicos fervorosos, os familiares posicionam que só irão encarar como definitivo o quadro enfrentado por Jonas quando médicos anunciarem a morte plena do organismo, fato ocorrido na noite de ontem. O último boletim foi assinado pelos cardiologistas Ubirajara Lupoli Barbosa e Gentil Farrath Júnior. Pessoas próximas ao senador relatam que a rotina de orações da família foi mantida com fervor.
O senador deu entrada na emergência da Amecor na madrugada do dia 11, vítima de uma parada cardiorrespiratória provocada por uma arritmia cardíaca. Ele teria ficado por vários minutos sem oxigenação no cérebro. O quadro grave de saúde foi em partes desencadeado pela diabetes e a hipertensão que há anos acompanham a vida do senador. Ele tomava remédios diariamente para o controle das doenças.
Em pelo menos dois episódios no ano passado, o organismo de Jonas Pinheiro entregava os sinais de uma saúde já comprometida pela diabetes e a hipertensão. Em março de 2007, ele foi internado no hospital Incor, em Brasília, para a realização de exames médicos após um mal-estar.
Mais recentemente, no início de dezembro, ele sofreu outra indisposição. Visivelmente pálido e abatido, Jonas chegou a dispensar o microfone em evento realizado na Secretaria de Infra-estrutura do Estado (Sinfra) para a assinatura da liberação de recursos a obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) em Mato Grosso.
Como que para contornar os olhares da platéia, o governados Blairo Maggi chegou a brincar que, se estivesse em plena época de campanha eleitoral, o senador não dispensaria o discurso num evento público. Na oportunidade, pessoas próximas ao senador descreviam nos bastidores a preocupação com os picos de hipertensão e as complicações impostas pela diabetes.
Antes disso, no início de 2003, ele foi submetido a cirurgias no braço e olhos. Em 2001, Jonas chegou a se licenciar do Senado. Com dificuldades de locomoção e amparado numa bengala, chegou-se a ventilar que chegava a hora do afastamento de Jonas da cena política. A hipertensão e diabetes foram apontadas por médicos na semana passada como o fator desencadeador do mal súbito que culminou numa parada cardiorrespiratória e o estado de coma profundo.
JULIANA SCARDUA
Reportagem Diário de Cuiabá
