Caixa fechou 2009 com recorde em financiamento imobiliário

Volume mais que dobrou, superando marca de R$ 47 bilhões.
Previsão é de que crédito imobiliário chegue a R$ 50 bilhões em 2010.


A Caixa Econômica Federal informou nesta quarta-feira (27) que fechou o ano de 2009 com o maior volume de contratação de financiamento habitacional da história. No ano, o banco concedeu um total de R$ 47,05 bilhões em empréstimo imobiliário, volume 102% superior ao de 2008, e 9,4 vezes o realizado em 2003.

"Para o setor de financiamento imobiliário, não houve crise", afirmou o vice-presidente da instituição, Jorge Hereda.

Dos R$ 47,05 bilhões financiados em 2009, R$ 14,1 bilhões foram destinados ao programa de moradia popular "Minha casa minha vida", que concedeu 275.528 financiamentos.

A previsão é de que o volume de crédito imobiliário concedido pelo banco supere R$ 50 bilhões em 2010.

Metas para 2010

Segundo Hereda, o foco da Caixa é concentrar forças na concessão de financiamentos do "Minha casa, minha vida" para cumprir a meta de financiar 1 milhão de unidades habitacionais até 2010, conforme promessa do governo para o projeto.

"Nossa meta é colocar para dentro da Caixa todas as propostas (de financiamento) até junho, e daí teremos seis meses para cumprir a meta de 1 milhão (de financiamentos contratados)", afirmou o executivo, que afirma que o montante será alcançado graças à continuidade do bom ritmo de contratações.

"O 'Minha casa' vai ser o programa em que vamos colocar mais peso em 2010. Se a gente tiver que decidir entre uma contratação dele e de outro programa, vamos optar pelo 'Minha Casa'", diz o executivo.

Hereda destacou que, apesar de o volume de contratações do programa em 2009 ter ficado abaixo da meta interna de 400 mil unidades, o número superou o total contratado anualmente de financiamento para imóveis novos nos últimos 20 anos.

Desempenho em 2009

De acordo com a Caixa, o volume emprestado durante o ano passado corresponde a 71% de todo o crédito imobiliário do mercado. "Ocupamos um espaço que os outros bancos deixaram no mercado", afirma o vice-presidente do banco, que diz esperar uma retomada da concessão de empréstimos por parte das instituições privadas.

"Não queremos ganhar por W.O (falta de concorrência). Se a Caixa tiver que manter 71% do mercado este ano, significa que o país tem um problema. O que a gente quer é que todo mundo venha para a briga", afirmou.

No ano passado, as linhas de empréstimo com recurso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) tiveram crescimento de 65%, o que equivale a 284.791 novos contratos.

Os financiamentos para imóveis novos ou na planta alcançaram R$ 9,4 bilhões, 109% a mais que 2008. A quantidade de unidades aumentou 31%, de 110.021 imóveis em 2008 para 144.309 em 2009.

Para financiamento de imóveis usados, houve alta de 36% no ano passado, de R$ 5,74 bilhões em 2008 para R$ 7,84 bilhões em 2009.

O executivo ressaltou que os prazos médios de contratação vêm caindo. Em 31 de dezembro, o prazo médio de contratação de imóveis para a faixa de até três salários mínimos de renda era de 57 dias ante 66 em 19 de outubro.

Para a faixa de três a dez salários mínimos, a média era de 53 dias em 31 de dezembro e de 75 dias em 19 de outubro.


Por renda


Dentro do programa "Minha casa, minha vida", segundo a Caixa, o destaque foi o crédito destinado a famílias com renda de zero a três salários mínimos: foram contratadas 168.926 propostas de construção de novas unidades, representando 42% da meta estabelecida pelo governo federal para o programa.

Para todas as faixas de renda, haviam sido contratadas 656.368 unidades dentro do programa, correspondente a 66% da meta estabelecida.


Segundo Hereda, o objetivo da Caixa é garantir que cada estado cumpra sua meta para o programa "Minha casa, minha vida", apesar de ser mais difícil em agumas regiões do que em outras.

(Com informações da Agência Estado)
Reportagem de Ligia Guimarães Do G1, em São Paulo