A estratégia do ex-governador e senador Blairo Maggi (PR) de manter-se distante da disputa pelo governo de Mato Grosso, em 2014, aparentemente ainda chegou a ser sido absorvida pelo eleitorado mediano, em especial por aqueles que não acompanham o cotidiano da política. É o que pode ser estratificado de pesquisa para consumo interno realizada um instituto de Goiânia, patrocinada “por amigos de Maggi”, que teria sido para presenteá-lo com os números totais sobre a corrida sucessória.
A reportagem do Olhar Direto apurou que foram aferidas intenções de voto para a Presidência da República em território mato-grossense, para o governo do Estado e também à Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa. Para governador de Mato Grosso, na estimulada, os números conquistados por Maggi estariam próximos do dobro atingido pelo também senador Pedro Taques (PDT), em tese, seu principal concorrente ao Palácio Paiaguás.
Blairo Maggi disse que desconhece a pesquisa, embora os seus aliados mais próximos tenham confirmado a existência da consulta. “Eu não tenho conhecimento desse levantamento. E não estou pensando nisso [candidatura a governador], porque devo me concentrar no cumprimento de meu mandato no Senado”, assegurou Maggi, por telefone.
Considerado homem de confiança de Maggi, o suplente de senador Cidinho Santos (PR) confirma a realização da pesquisa, mas se nega a apontar qualquer número. “Desconheço os dados. Estive de manhã com o senador Blairo e não falamos sobre isso. Mas vou checar”, disse Cidinho.
O deputado estadual Emanuel Pinheiro, secretário geral do PR e um dos poucos que mantém reuniões com os diretórios municipais para defender o nome de Maggi para governador, explica que a pesquisa não é para ser divulgada. “É para consumo interno. Se foi contratada para essa finalidade, não deve ser divulgada”, afiança Pinheiro.
“Sei de alguns números ‘por alto’, porque comentaram comigo. Estou em Tangará da Serra e há dias não converso com o senador Maggi. Mas é visível nos diálogos com representantes da sociedade mato-grossense que há um desejo latente pela volta de Blairo”, exorta o deputado estadual Wagner Ramos, da Executiva Estadual do PR, afilhado político do ex-secretário e ex-diretor geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot (PTB).
Wagner Ramos afirma que em Tangará e em outros municípios que percorre, semanalmente, ouve líderes partidários e empresariais exortando uma nova candidatura de Maggi ao governo de Mato Grosso. "É um pedindo quase uníssono", afirma Ramos.
Outras pesquisas
As pesquisas mais recentes divulgadas sobre a sucessão do governador Silval Barbosa (PMDB) foram realizadas pela KGM Comunicação e pelo Vox Populi, conceituados institutos. Na pesquisa Vox, divulgada em março, quando faltavam 18 meses antes para o pleito de 2014, Maggi despontava em primeiro, com 55% da preferência do eleitorado, seguido por Pedro Taques (PDT), com 22%.
Já a pesquisa KGM, divulgada em abril, mostra Maggi com 39,7% das intenções de votos para o Palácio Paiaguás, contra 24,3% de Taques. A KGM foi o único instituto de pesquisas que acertou o resultado da acirrada disputa do segundo turno pela Prefeitura de Cuiabá, em outubro de 2012, entre o atual prefeito Mauro Mendes (PSB) e o então vereador Lúdio Cabral (PT).
Os índices da Vox e KGM referem-se à modalidade estimulada, e é obtido a partir das respostas quando os entrevistadores perguntam em quem o eleitores votariam para governador a partir de uma lista apresentada a eles.
E essas pesquisas apresentam intervalo de confiança de 95%. No caso da KGM, a amostra foi estratificada pelas variáveis de gênero, faixa etária, escolaridade, região de moradia e renda, pelo Critério Brasil.
Fonte: Ronaldo Pacheco - Reportagem Olhar Direto
