Serys se filia ao PTB para tentar se eleger de novo ao Senado

Candidatura de ex-petista é prioridade para a sigla, que quer disputar majoritária

A ex-senadora Serys Slhessarenko se filiará ao PTB na próxima sexta-feira (23), em ato no Hotel Paiaguás, em Cuiabá. 

De acordo com o ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo, presidente estadual do PTB, a filiação da ex-petista é uma das estratégias de fortalecimento da sigla para as eleições de 2014.

O convite a Serys foi feito no final de abril deste ano, pelo então recém-filiado Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), que deve se candidatar a deputado federal. 

Galindo informou que o objetivo é consolidar o nome de Serys nos diretórios municipais para lançá-la como candidata ao Senado – objetivo que casa com os planos da ex-parlamentar de se candidatar a senadora.

"O nosso desejo e o dela é para ela dispute a vaga do Senado. Nós vamos trabalhar para que essa construção se realize"
“O nosso desejo e o dela é para ela dispute a vaga do Senado. Nós vamos trabalhar para que essa construção se realize”, disse o ex-prefeito.

Serys afirmou que quer disputar uma vaga ao Senado nas eleições de 2014 para “resolver o caso mal resolvido”: ter sua candidatura frustrada nas eleições de 2010 pelo rival Carlos Abicalil, que conseguiu, nas prévias internas, a vaga de candidato a senador pelo PT. 

Abicalil e Serys mergulharam em brigas internas que provocaram desgastes a ambos e ao PT e resultaram em derrota eleitoral para os dois candidatos, que não se elegeram. 

As brigas quase levaram à expulsão de Serys do partido, no ano seguinte. Em 2012, finalmente, ela deixou o PT, acompanhada de um grupo de dezenas de militantes.

Ainda demonstrando mágoa com o antigo partido, ela disse que escolheu o PTB para se filiar, em função de o partido estar estruturado em mais de 100 municípios em Mato Grosso, o que permitiria dar capilaridade e sustentação política à sua candidatura nas próximas eleições.

“Se Deus e o povo quiserem, vou disputar o Senado e resolver esse caso mal resolvido. Esse é um desejo também das minhas bases. E o PTB está razoavelmente bem organizado, tem estrutura em 105 municípios do Estado. Há dois anos, foram destituídas as comissões provisórias do PTB, e estamos nesse processo de reconstrução. Queremos um partido que seja do partido e não de pessoas. O PT estava começando a ser de pessoas”, disse. 

Prioridade 

A candidatura de Serys ao Senado é vista como prioritária pelo PTB, que enxerga na ex-petista a melhor chance de conquistar um cargo majoritário nas próximas eleições. 

O partido tem se alinhado com a oposição ao Governo de Silval Barbosa (PMDB) e seus líderes, especialmente Luiz Pagot, vêm endurecendo o tom das críticas ao Governo. 

A ex-senadora reforça o discurso e criticou o uso de recursos do Fundo Estadual de Transportes e Habitação (Fethab) nas obras da Copa do Mundo 2014, bem como no pagamento de salários de servidores. 

Ela criticou, também, os altos investimentos nas obras, com recursos de empréstimos, e as deficiências no setor de Saúde.

“As atitudes, se é que existem, estão muito fracas. Não existe justificativa para situação da Saúde em Mato Grosso. Eu vi o caso de uma senhora que precisava de remédio havia meses, e só foi receber quando estava na UTI. Ela acabou morrendo. Enquanto isso, tem remédio apodrecendo. Não é falta de dinheiro, é de gestão. O papel da oposição é mostrar como as coisas deveriam ser feitas”, disse.

Cortejada

Serys recebeu convites de diversas siglas antes de se definir pelo PTB. A que mais despertou o interesse da ex-petista foi o PDT do senador Pedro Taques.

Porém, o fato de o partido estar preparando a candidatura de Taques a governador poderia atrapalhar os planos de Serys, caso ela se filiasse.

“O PDT também é um partido interessante. Mas, tendo um candidato ao Governo, o partido não poderia ter um candidato ao Senado, pois seriam duas candidaturas majoritárias. Essa vaga terá que ficar em aberto para que outro partido da aliança indique o candidato a senador. Estando no PTB, quem sabe, lá na frente, podemos até nos aliar ao PDT, e eu poderia ser candidata ao Senado na mesma aliança que Pedro Taques disputaria o governo”, observou.

Fonte: Laise Lucatelli e Isa de Sousa - Redação Mídia News