AGRONEGÓCIO - Pivetta não vê resistência a Marina

Coordenador geral da campanha de Pedro Taques nega que eventual candidatura de ex-ministra possa trazer problemas para o palanque do grupo

O coordenador geral da campanha da coligação “Coragem e Atitude pra Mudar”, Otaviano Pivetta (PDT), não vê problemas para o palanque do senador Pedro Taques no caso de uma eventual candidatura da ex-senadora Marina Silva (PSB) à presidência da República. 

Segundo ele, o foco do grupo vai continuar o mesmo: trabalhar a campanha do senador ao comando do Paiaguás. O pedetista não acredita que a entrada da ex-senadora traga qualquer desgaste a Taques no pleito deste ano. 

Corrente de analistas avalia que as posições de Marina no que diz respeito ao meio ambiente podem desagradar a parte dos apoiadores de Taques, sobretudo no agronegócio. 

Marina tem uma rixa antiga com os produtores de Mato Grosso. Em 2008 pediu demissão do ministério do Meio Ambiente por conta de conflitos com o então governador do Estado, Blairo Maggi (PR). 

As divergências dos dois eram por questões ambientais. Enquanto Maggi queria um Estado mais flexível, Marina tinha uma posição firme na defesa do Meio Ambiente. Naquele momento, o Estado figurava como campeão em desmatamento, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 

Taques tem apoio de grande parte dos produtores do Estado, uma união que começou a ser costurada há dois anos e que se fortaleceu neste ano, quando o senador pediu ao setor a indicação de um nome do setor para compor a sua chapa, na condição de candidato a vice-governador. 

O nome apresentado e abraçado pelo pedetista foi do ex-presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro (PP) que teve o aval de seu padrinho político, o megaempresário Eraí Maggi (PP). 

De pessoas ligadas ao agronegócio também vem à maior parte dos mais de R$ 2,5 milhões que o pedetista conseguiu arrecadar com menos de um mês de campanha eleitoral. 

Nesta sexta-feira (15) após reunião com a cúpula do PSB, a ex-senadora autorizou o partido a consultar o seu nome para substituir o lugar de Campos na chapa. A resposta só deve sair na próxima semana, o partido só vai discutir a questão após o velório do ex-candidato. 

Pivetta destaca que a morte precoce de Eduardo Campos fará uma grande perda no debate eleitoral deste ano. Campos já tentava se aproximar do setor produtivo e apresentava aos produtores propostas que aliavam aumento da produção e sustentabilidade. 

Além do candidato que sair do PSB, o senador terá palanque para outros candidatos a presidente, como o tucano Aécio Neves e o Pastor Everaldo (PSC). 

Morto na última quarta-feira, o ex-governador de Pernambuco tinha visitadas agendadas para Mato Grosso durante a campanha.

THIAGO ANDRADE
Da Reportagem