CONTAS PÚBLICAS - Silval diz que deixa dívida menor

O governador Silval Barbosa garante que 
seu sucessor terá mais facilidade com 
as contas públicas, pois comprometimento 
com encargos será menor
Governador garante que Pedro Taques vai iniciar seu governo pagando 38% a menos de encargos 

O senador Pedro Taques (PDT), eleito governador no último domingo (05), terá que desembolsar aproximadamente R$ 800 milhões por ano para pagamento de dívidas. A informação é do atual chefe do Executivo estadual, Silval Barbosa (PMDB), que garante ter reduzido o endividamento do Estado nestes quatro anos que esteve à frente do Palácio Paiaguás. 

De acordo com ele, entre os anos de 2010, 2011 e 2012, o governo pagou cerca de R$ 4 bilhões em dívida para o governo federal através de descontos obrigatórios dos repasses constitucionais. O montante equivale a uma média de 1,3 bilhão ao ano. 

Com a reestruturação da dívida assinada com o Bank of America no valor de US$ 500 milhões, esses valores foram reduzidos para cerca de R$ 650 milhões. Diante disso, o futuro governo pagará entre R$ 700 e R$ 800 milhões ao ano, gerando uma economia de mais de R$ 500 milhões, ou 38% a menos do que Silval pagava quando assumiu o Estado. 

Silval lembra que em 2003 Mato Grosso possuía uma dívida de R$ 5 bilhões e tinha um orçamento menor que R$ 2 bilhões por ano. Eram necessários recursos de três orçamentos para quitar o total devido, conforme o governo. 

Hoje, entretanto, o Estado deve menos de R$ 7 bilhões e tem uma previsão de receita superior a R$ 15 bilhões, ou seja, menos de seis meses de arrecadação paga o total devido pelo Estado. 

Diante destes números, o peemedebista afirma que este tema foi utilizado de forma irresponsável durante o período eleitoral. “Usaram de forma irresponsável e eleitoralmente dados de endividamento que vão começar a vencer em 2027, ou seja, daqui a três ou quatro administrações. Portanto, não serão pagas pelo próximo gestor, que vai ter melhores condições de administrar que nós tivemos”, explica. 

O governador ainda lembra que Taques terá disponível mais de R$ 2 bilhões em empréstimos aprovados e ainda não executados. “Além de capacidade de endividamento para novas operações graças ao trabalho feito pelo nosso governo e do ex-governador Blairo Maggi que tratou com lisura e transparência a coisa pública”, pontua. 

Com relação ao débito contraído em decorrência das obras da Copa do Mundo, Silval defende as operações de crédito que permitiram a execução das intervenções, apesar dos valores vultosos. 

Para ele, as obras trouxeram grandes benefícios à população mato-grossenses, uma vez que garantem maior qualidade de vida. Associado a isso, o peemedebista ainda cita o programas MT Integrado. 

Ao custo de R$ 1,5 bilhão, o projeto garantirá a pavimentação de 2,5 mil km de rodovias integrando 44 cidades ao sistema rodoviário e a capital de Mato Grosso. "Este é um empréstimo fundamental e que vai proporcionar no futuro um maior desenvolvimento de várias cidades e regiões de Mato Grosso", disse o governador. 

Levantamento realizado pela Folha de São Paulo, com base na relação dívida/receita, aponta que o índice de endividamento caiu em 16 dos 27 estados brasileiros, se comparado a 2010. 

Mato Grosso integra a lista dos entes federativos que conseguiram reduzir os débitos. Conforme a análise, o Estado saiu de 55% da receita em 2010 para 28% em 2014. Para o informativo diário, isto se deve à aplicação rigorosa da Lei de Responsabilidade Fiscal. 

KAMILA ARRUDA
Da Reportagem Diário de Cuiabá